Monday, May 28, 2012

Carta: Presença de Cristo e 1914

Prezado Leitor,
Abaixo está a carta que escrevi contendo uma dissertação que analisa se a "doutrina de 1914" ensinada por nós Testemunhas de Jeová a respeito do início da presença de Cristo (ou dia do Senhor) tem real fundamento nas Escrituras.
Descrevo nessa carta meus argumentos pessoais mediante estudo das Escrituras que depõe contra tal ensinamento de 1914. Segundo a dissertação que descrevo, a presença de Cristo é um evento a ocorrer no futuro.
O objetivo de publicar tal carta é expor pesquisa e conhecimento. Se tal pesquisa e conhecimento são válidos para o leitor, cabe ao mesmo julgar por si mesmo.
O autor dessa carta (e desse blog) defende que toda forma de pesquisa e desenvolvimento em áreas importantes do conhecimento humano deve ser publicado e discutido livremente para o benefício do exercício das liberdades de expressão e do avanço do conhecimento humano.
O autor também participa em vários outros projetos (em ciências diferentes) onde se pratica o espírito do "código aberto" ou "open source" ou "conhecimento aberto e compartilhado" ou em outros termos, o espírito do instrutor público. 
Essa carta considera mais a fundo e em ordem lógica alguns dos temas já abordados nesse blog. 
Os textos Bíblicos não transcritos poderão ser lidos na Tradução do Novo Mundo ou se preferir outra tradução biblegateway


                 
 Dissertação

Considere o Prólogo desta carta: Fundamentos das Escrituras

O objetivo da dissertação que se segue é analisar se o ensino a respeito da presença de Cristo relacionada à data de 1914 tem real fundamento nas Escrituras.

O Ensino de 1914 tem como base as seguintes premissas:
  • (A) Que o governo de Deus era representado pelos reis em Jerusalém – Livro Bíblia Ensina página 217 parágrafo 2.
  • (B) Que o governo de Deus (sua representação terrestre) seria interrompido – Livro Bíblia Ensina página 217 parágrafo 2.
  • (C) Que em 607 AEC terminou a representação do Reino de Deus na terra – Livro Clímax de Revelação página 105 , quadro “1914 foi previsto”
  • (D) Que o “trono de Davi” ou “trono de Jeová” ocupado por reis descendentes de Davi ficou vago por 2520 anos - Livro Bíblia Ensina páginas 216 e 217
  • (E) Que aquilo que Jesus se referiu como os "tempos designados das nações" ou "tempos dos gentios" se aplica à profecia dos "sete tempos" encontrada no capítulo 4 de Daniel, relacionando os tempos dos gentios à data de 607 AEC.
Para que qualquer doutrina seja “instalada” e divulgada com autoridade entre os adoradores de Jeová bem como para pessoas de outras religiões ela deve obrigatoriamente estar livre de qualquer contradição. Ela deve se harmonizar em todos os seus aspectos e premissas com as Escrituras Sagradas, a fim de ser encarada como uma “verdade de Deus”.

Começaremos a partir de agora uma análise das Escrituras a fim de medir a força do relacionamento ou correlação entre a Bíblia e o ensino de 1914.

Como a essência do tema abordado envolve o reinado ou autoridade régia em relação ao povo de Deus ou Israel é importante levar em conta como veio à existência a implementação régia sobre Israel.
Lemos em 1 Samuel 8:4-9:

' Reuniram-se então todos os anciãos de Israel e vieram a Samuel, a Ramá, 5 e disseram-lhe: “Eis que tu mesmo ficaste velho, mas os teus próprios filhos não têm andado nos teus caminhos. Agora, designa-nos deveras um rei para nos julgar, igual a todas as nações.” 6 Mas a coisa era má aos olhos de Samuel, visto que haviam dito: “Dá-nos deveras um rei para nos julgar”, e Samuel começou a orar a Jeová. 7 Jeová disse então a Samuel: “Escuta a voz do povo referente a tudo o que te dizem; pois, não é a ti que rejeitaram, mas é a mim que rejeitaram como rei sobre eles. 8 Conforme todos os seus feitos que praticaram desde o dia em que os fiz sair do Egito até o dia de hoje, continuamente me abandonando e servindo a outros deuses, assim estão também fazendo a ti. 9 E agora escuta a sua voz. Somente o seguinte: deves adverti-los solenemente e tens de informá-los da prerrogativa legítima do rei que reinará sobre eles.”

é a mim que rejeitaram como rei sobre eles.”

Essas palavras indicam que, embora não houvesse um rei humano à maneira das nações, já havia sim um rei sobre a nação de Israel, a saber: o próprio Jeová.

Podemos afirmar como decorrência do texto acima:
Nos dias de Samuel e antes, o próprio Jeová era rei sobre a nação de Israel.

Note a ideia acima em Juízes 8:23
'Gideão, porém, lhes disse: “Eu é que não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós. Jeová é quem dominará sobre vós.”


Também em 1 Samuel 12:12
Quando vistes que Naás, rei dos filhos de Amom, veio contra vós, persististes em dizer-me: ‘Não, mas é um rei que deve reinar sobre nós!’ enquanto Jeová, vosso Deus, era vosso Rei.

1 Samuel 10:19
"Mas vós é que rejeitastes hoje o vosso Deus que foi para vós um salvador em todos os vossos males e vossas aflições, e fostes dizer: “Não, mas é um rei que deves pôr sobre nós.”
Esse é um axioma ou verdade fundamental: O próprio Jeová reinava sobre o povo Israel antes da realeza [humana] ser estabelecida sobre o povo. Note também a importante relação entre Rei e Salvador. O rei é também o salvador do povo.

Voltando no relato de 1 Samuel 8:4-9, note o tom de desagrado da parte de Samuel (1 Samuel 8:4-9) bem como de Jeová ao se deparar com essa demanda da parte do povo. Jeová Deus se sentiu rejeitado como rei sobre eles, considerou tal petição como uma ato de abandono.

Seria realmente algo muito prejudicial para Israel ter um humano representando a eles como rei soberano (em imitação às nações), Samuel fala das prerrogativas de um rei:

10 Portanto, Samuel disse todas as palavras de Jeová ao povo que lhe pedia um rei. 11 E passou a dizer: “A seguinte será a prerrogativa legítima do rei que reinará sobre vós: Tomará os vossos filhos e os porá como seus nos seus carros e entre os seus cavaleiros, e alguns terão de correr na frente dos seus carros; 12 e a fim de designar para si chefes sobre mil e chefes sobre cinqüenta, e [alguns] para lavrarem por ele e para ceifarem a sua colheita, e para fazerem seus instrumentos de guerra e os petrechos de seus carros. 13 E tomará as vossas filhas para misturadoras de ungüento, e cozinheiras, e padeiras. 14 E os vossos campos, e os vossos vinhedos, e os vossos olivais, os melhores, ele tomará e realmente dará aos seus servos. 15 E tomará o décimo de vossos campos de sementeira e de vossos vinhedos, e ele certamente [os] dará aos seus oficiais da corte e aos seus servos. 16 E tomará os vossos servos e as vossas servas, e as vossas melhores manadas e os vossos jumentos, e terá de usá-los para a sua obra. 17 E tomará o décimo de vossos rebanhos e vós mesmos vos tornareis seus como servos. 18 E naquele dia certamente clamareis por causa do vosso rei que escolhestes para vós, mas Jeová não vos responderá naquele dia.

Que fardo e causa de tropeço para o povo de Israel seria ter um rei humano sobre eles! Mas mesmo assim era o que eles queriam – imitar as nações:

19 No entanto, o povo negou-se a escutar a voz de Samuel e disse: “Não, mas um rei virá a estar sobre nós. 20 E também nós teremos de tornar-nos iguais a todas as nações, e o nosso rei terá de julgar-nos, e terá de sair na nossa frente e travar as nossas batalhas.”

um rei virá a estar sobre nós” (como se já não houvesse um)
nós teremos de tornar-nos iguais a todas as nações”

De fato, talvez a pior decisão que o povo do Israel antigo fizera em sua história foi querer ter um rei humano igual a todas as nações, “assentando-se” no 'trono de Jeová' , isso os levou à ruína física e espiritual quando Salomão - o terceiro rei sobre eles - apostatou, dividindo o reino de Israel em dois e quando outros reis sucessores levaram Israel à idolatria e por fim ao exílio total - que má decisão!
Um rei humano era totalmente desnecessário para quem tinha Jeová por Rei. Acontece que eles não possuíam fé suficiente para ver Jeová como Rei sobre eles – precisavam de algo material,uma instituição humana – uma realeza física com reis humanos exercendo autoridade sobre ela – como as nações.

nós teremos de tornar-nos iguais a todas as nações”
Sim, foi exatamente isso o que ocorreu: as nações ao redor da nação de Israel foram desoladas por desagradar a Jeová. Estas nações possuíam os seus reis que faziam o povo agir de modo repugnante aos olhos de Jeová, que por sua vez as desolava de diante dos filhos de Israel. Quando a nação de Israel passou a implementar um reino como todas as nações, também foi por fim desolada, como todas as nações – 'tornou-se iguais a elas' – no proceder e no resultado deste proceder. Israel “provou de seu próprio veneno”. Poderíamos dizer que em princípio a 'realeza humana' foi uma 'coisa repugnante' que causou desolação das nações que a implementou.

Mostrou-se verdadeiras as palavras: 'homem tem dominado homem para seu prejuízo' (Ecl 8:9) – Bem que Jeová os havia alertado nos dias de Samuel.

O profeta Jeremias, que presenciou o 'fiasco final' da autoridade humana máxima (régia) sobre o povo de Jeová, sabia bem as conseqüências amargas de deixar de ter, e ver, por meio da fé, a Jeová como Rei:

Jeremias 10:23
Bem sei, ó Jeová, que não é do homem terreno o seu caminho. Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.

Afinal de contas um rei soberano humano, com um nome célebre para si mesmo, foi o que o Opositor Satanás primeiro estabeleceu por meio de Nimrode (opositor) em Babel (Gen 11:4) – portanto esse arranjo tem origem diabólica, cada uma das nações controladas pelo Diabo teve o seu rei (rei do Egito, rei dos filisteus, rei do amorreus, etc).
Antes mesmo disso, a serpente original, induziu Eva e Adão a serem 'reis humanos soberanos' – desconsiderando a Soberania de Jeová.

De modo que, por princípio, o período de ausência de qualquer soberano humano sentando no 'trono de Jeová' entre o povo de Deus não poderia significar o fim da representatividade do Reino de Deus para com seu povo ou de alguma forma simbolizar a interrupção do Reino de Deus nem o fim de Seu domínio em relação ao Seu povo pelo importante princípio imutável (Malaquias 3:6) de que o próprio Jeová nunca desejou uma implementação material de uma realeza humana da mesma forma como as nações uma vez que que o próprio Jeová era rei sobre seu povo. Fora o povo que escolhera isso: humano com autoridade máxima ou régia sobre eles. Na ocasião, Jeová, que até então reinava sobre eles, ficara magoado e se sentira rejeitado como Rei (indicando portanto que Ele mesmo reinava antes disso). Isso nos leva à decorrência imediata ou corolário:

  • O Reino de Jeová (sua representação ou símbolo ou realização terrestre) não depende da existência de uma implementação física ou material de uma realeza ou monarquia humana,o Reino de Deus não depende da existência de liderança humana com autoridade máxima sobre seu povo, ou seja, não depende de reis se assentando em tronos literais, usando uma coroa ou granjeando oficialmente de privilégios políticos ou materiais sobre o povo de Deus.

Portanto qualquer implementação física-material de realeza ou liderança humana (reis,realeza,tronos,coroas,servos,palácios) NÃO constitui condição 'sine qua non' (indispensável) para o exercício de representatividade do Reino de Deus para com o seu povo.

O exercício de autoridade humana régia ou liderança humana sobre o povo de Deus não é condição necessária para a representação do Reino de Deus sobre ele. Essa afirmação está também em harmonia com o teorema que Jeová e seu Reino não depende de liderança humana sobre o Seu Reino ou , em termos mais simples, O Reino de Deus não depende de homens.

Jeová Deus é por definição também Rei, e o lugar em que o Seu nome reside é o que representa o Reino de Jeová ou Reino de Deus. O nome de Jeová está intimamente ligado ao Reino de Jeová, portanto o local onde esse nome é invocado necessariamente representa o Reino de Deus. O Reino de Deus não existe sem o Nome de Jeová. E se em algum lugar na terra residir o nome de Jeová , esse lugar simboliza obrigatoriamente o Reino de Deus.

A palavra reino exprime a ideia de um lugar no espaço onde determinada coisa exerce domínio, determinado lugar onde algo exerce um campo ou área de atuação ou influência.

Por exemplo – para ilustrar, considere o seguinte: uma carga elétrica 'Q' situada em determinado lugar no espaço 'reina' ou exerce um domínio ou um campo de atuação 'E' (campo elétrico) a uma distância 'd' regido pela seguinte fórmula:


(A informação contida na fórmula acima é que o campo elétrico E gerado por uma carga Q em um ponto é diretamente proporcional ao valor da carga Q e inversamente proporcional ao quadrado da distância d)
Assim em qualquer ponto do espaço em torno da carga Q existe um campo elétrico criado por esta carga ou um domínio ou reino onde essa Carga 'domina' ou 'reina' ou exerce 'força' ou 'poder'.

Da mesma forma se dá com o Nome de Deus - Jeová
As Escrituras retratam o Nome de Deus, Jeová, como Santo. (Ex 20:7, Mat 6:9). O nome de Jeová é diretamente associado com força, poder e salvação (Isaías 12:2-5, Exôdo 15:2.3)

Jeová escolhe um lugar no espaço para residir o seu Nome. Note os textos abaixo:

Deuteronômio 28:10
E todos os povos da terra terão de ver que o nome de Jeová foi invocado sobre ti e hão de ficar com medo de ti.

Deuteronômio 14:23 E, perante Jeová, teu Deus, no lugar que ele escolher para ali fazer residir seu nome, tens de comer a décima parte dos teus cereais, do teu vinho novo e do teu azeite, e os primogênitos da tua manada e do teu rebanho; para que aprendas a temer a Jeová, teu Deus, para sempre.

Salmo 90:1 Ó Jeová, tu mesmo mostraste ser uma verdadeira habitação para nós.Durante geração após geração.

Como ilustrado no caso do campo elétrico 'E', o Nome de Jeová ( a Carga 'J' ) exerce uma região de atuação 'R' ou campo de atuação ou Reino ou Domínio, dado pela seguinte relação:
  sendo 'd' a 'proximidade' (fé) em relação ao Nome de Jeová

A ideia ou informação contida na fórmula acima é que o campo de atuação ou Reino de Deus 'R' gerado exclusivamente pelo Nome de Jeová 'J' que reside em um lugar é diretamente proporcional ao Nome de Jeová 'J' e inversamente proporcional à distância 'd' a esse Nome.

Ou seja, quanto 'mais perto' (fé) do nome de Jeová mais próximo do Seu Reino. Quanto mais 'distante' do nome de Jeová ,mais distante de Seu Reino. Assim o Reino de Deus, diretamente associado ao Nome de Jeová é símbolo de Força, Poder e Salvação (Isaías 12:2-5, Exôdo 15:2.3). Da mesma forma, quanto mais distante 'd' do Reino, mais longe da Salvação.

Portanto o lugar onde habita ou reside o nome de Jeová simboliza necessariamente o Reino de Deus.

O povo de Jeová 'habita' na representação terrestre (ou embaixada) do Reino de Deus, ou seja, no local em que Jeová faz residir o seu próprio nome.

Corolário: O Reino de Deus é representado pelo lugar em que Jeová faz residir o seu nome.

No passado, Jeová fez uma importante decisão sobre o local em que ele fez residir seu Nome, conforme lemos abaixo:

2 Crônicas 6:5-6
Desde o dia em que fiz meu povo sair da terra do Egito não escolhi cidade dentre todas as tribos de Israel, a fim de construir uma casa para que o meu nome mostrasse estar ali, e não escolhi homem para que se tornasse líder do meu povo Israel. 6 Mas escolherei Jerusalém para que o meu nome mostre estar ali e escolherei a Davi para vir a estar sobre o meu povo Israel.’

Como analisamos o Reino de Deus é função apenas do local onde reside o Nome de Jeová (R = J/d).
Conforme também deduzimos da petição feita pelo povo de Israel nos dias de Samuel em relação à resposta de Jeová (“é a mim que rejeitaram como rei sobre eles.”), o Reino de Deus não depende de liderança régia (ou máxima) humana.

Portanto do texto acima de 2 Crônicas 6:5-6 o único elemento representativo em relação ao Reino de Deus é Jerusalém.
' escolherei Jerusalém para que o meu nome mostre estar ali'

O outro elemento citado, 'homem líder do meu povo Israel – Davi”, não é condição necessária ou indispensável para representar ou simbolizar o Reino de Deus. O Reino de Deus não é função de liderança humana sobre o povo de Deus. (R = J/d)

Portanto o período em que o “trono de Jeová” ficou vago – com a ausência de um monarca real da tribo de Davi reinando sobre Jerusalém não pode representar interrupção do governo de Deus. Quem representava o reino de Deus era Jerusalém ('escolherei Jerusalém para que o meu nome mostre estar ali')

Portanto as premissas de 1914 (A), (B) e (C) não se harmonizam com as Escrituras:

  • (A) Que o governo de Deus era representado pelos reis em Jerusalém
Não, O Reino de Deus é representado pelo lugar onde Reside o Nome de Jeová ou onde esse Nome é invocado, naquele caso: Jerusalém (e o Templo).

  • (B) Que o governo de Deus (sua representação terrestre) seria interrompido
O Governo de Deus , representado por Jerusalém, não foi interrompido pois Jerusalém foi reconstruída e ainda era o lugar em que o Nome de Deus 'residia' ou era invocado. (R = J/d)

  • (C) Que em 607 AEC terminou a representação do Reino de Deus na terra – Livro Clímax de Revelação página 105 , quadro “1914 foi previsto”
De forma alguma, pois com a reconstrução de Jerusalém (~ 520 AEC) e seu Templo , ela continuou a representar o Reino de Deus na terra.

Assim, embora Jerusalém não tivesse mais um líder humano exercendo especificamente a posição de rei, sentando no 'trono de Jeová' após o exílio e reconstrução, a nação voltou a ser como nos dias de Samuel e os judeus teriam que ver, pela fé, o próprio Jeová reinando como rei sobre eles desde Jerusalém (onde Seu nome ainda residia – onde o Reino ainda atuava )
O papel de Jerusalém após o exílio e reconstrução da cidade continuou inalterado: Jerusalém – a cidade escolhida para que o
nome de Jeová mostrasse estar ali, com o seu Templo – a cidade que representava o Reino de Deus na terra – mesmo após 607 AEC.

Quando Jesus andou sobre a cidade de Jerusalém, ou seja, muito tempo depois de 607 AEC, ele reconheceu e exaltou o papel dela como a representação do Reino de Deus.

Lemos suas palavras em Mateus 5:34-35
No entanto, eu vos digo: Não jureis absolutamente, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; 35 nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. “

Da frase acima, extraímos a afirmação:
Jerusalém é a cidade do grande Rei” - Jesus Cristo

O Salmo 48:1,2 faz referência ao Grande Rei de Jerusalém:
Jeová é grande e para ser louvado muito Na cidade de nosso Deus, [no] seu santo monte. 2 Bonito pela elevação, a exultação da terra inteira, É o monte Sião nos lados remotos do norte, A vila do grandioso Rei.

Portanto o próprio Jesus reconhecia que Jerusalém era 'a cidade do Grande Rei Jeová'.
A cidade de um Grande Rei necessariamente representa o Seu Grande Reino. O nome do Grande Rei Jeová ainda residia em Jerusalém nos tempos de Jesus. O Grande Rei Jeová ainda falava a respeito de Sua cidade:
' escolherei Jerusalém ('a cidade do Grande Rei Jeová') para que o meu nome mostre estar ali' – 2 Cron 6:6

Como já vimos, o Nome Santo de Jeová está diretamente relacionado com o Seu Reino, seu Poder sua Força e sua Salvação.O lugar onde Jeová escolhe que 'resida o Seu Nome' – representa todos esses atributos. Não é por nada que Jesus chamou Jerusalém de cidade do Grande Rei e que as Escrituras se referiam a essa cidade ainda nos dias de Jesus como: cidade santa (Mateus 4:5, Lucas 4:9, Mateus 27:53)

Portanto Jesus reconheceu que Jerusalém era símbolo do Reino de Deus (a cidade do Grande Rei) e deveria ser muito respeitada por isso. Jesus disse que Jerusalém era a cidade de Jeová – O Grande Rei,ou seja, Jeová 'reinava' a partir de Jerusalém, ou seja, Jerusalém representava o Reino de Deusisso após 607 AEC.

O Salmo 135:21 ainda poderia e deveria ser exclamado pelos judeus com fé genuína em Jeová e seu Reino:

O Salmo 135:21
Bendito desde Sião seja Jeová, Que reside em Jerusalém.Louvai a Jah!

Em harmonia com as palavras de Jesus:
Jeová – o Grande Rei, residia simbolicamente em Jerusalém, a Sua cidade – que representava a Seu Reino.

Novamente, as premissas de 1914: (A), (B) e (C) não se harmonizam com as palavras de Jesus Cristo.

Jerusalém apenas deixou de representar o Reino de Deus na terra depois que os judeus rejeitaram o Messias.

Isso foi decorrência direta das palavras de Jesus ao sofrer rejeição da maioria daquele povo:

Mateus 23:38 'Eis que a vossa casa vos fica abandonada'

Após 607 AEC e antes de rejeitarem o Messias, Jerusalém de forma alguma estava abandonada: O Nome de Jeová – o Maior Rei do Universo - ainda residia sobre ela. Jeová ainda reinava em Jerusalém, esta ainda era a Sua cidade, a cidade do Grande Rei, a cidade santa , a cidade que representava o próprio Reino de Deus.
Jerusalém era a cidade santa e permaneceu como tal a fim de receber o Messias.

Leve em conta também as palavras de Jesus em Mateus 21:43

'É por isso que vos digo: O reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza os seus frutos.'

Quando foi que o Reino de Deus ( ou a representação dele) foi tirado dos judeus? Teria sido em 607 AEC? Não! O Reino de Deus, simbolizado em Jerusalém apenas foi tirado dos judeus nos dias de Jesus.
Nos dias de Jesus o Reino de Deus ainda não havia sido tirado dos judeus, especificamente, até aqueles dias, O Reino de Deus estava ainda nas 'mãos dos judeus' e ainda estava sendo representado em Jerusalém – onde residia o Nome de Jeová (R = J/d).

O Reino de Deus – e sua representação terrestre – foi tirado dos judeus porque eles não aceitaram a Jesus como o Messias – Lucas 19:41
A medida que os judeus se 'afastaram' do Messias , eles se afastaram daquele que veio em Nome de Jeová (Jo 5:43), por sua vez, eles se afastaram do Reino de Deus, lembre-se: R = J/d ; quanto mais longe 'd' do Nome de Jeová 'J', mais longe de Seu Reino 'R'.
Quando mataram o próprio Filho de Deus e rei, ungido por espírito santo, do Reino , os judeus se distanciaram infinitamente (d →) do Reino (R → 0), portanto eles o perderam.
O problema não era e nunca foi o fato de o 'trono de Jeová' deixar de ser ocupado por algum humano da linhagem de Davi – mesmo porque, nenhum deles teria o direito legal – não eram ungidos por espírito santo. Jeová, que era o Grande Rei de Jerusalém, poderia continuar sentado em 'seu trono'. O problema dos judeus foi a falta de fé e apreço no Reino de Deus e tudo que girava em redor dele: Jerusalém, o Templo, o Messias e principalmente Jeová.Eles estavam mais preocupados com 'mandamentos de homens' ou 'glória de homens' do que a glória de Deus (Jo 12:43). Foi exatamente buscarem um rei humano, sentado num trono físico, com glória de homens (isso desde os dias de Samuel) que levou aquele povo a rejeitar o Messias, a rejeitar o Reino.

É importante entendermos também que não existe divisão entre “Reino de Deus” ou Governo Teocrático e “Adoração de Jeová”. Um não existe sem o outro (R = J/d).

Adoração a Jeová é reconhecer o Seu Reino, O Reino de Deus, é reconhecer a autoridade do Grande Rei (Salm 48:1.2).Se alguém adora a Jeová, então Jeová reina sobre ele – é tudo uma questão de reconhecimento de Soberania.
Não se pode adorar a Jeová sem reconhecer o seu Reino Teocrático e vice-versa. Adorar a Jeová é reconhecer a Deus como Governante antes que aos homens.
É por isso que nosso local de adoração se chama “salão do Reino”.
Nossa mensagem de pregação se chama: “boas novas do Reino”.
O tema principal do Cristianismo (adoração a Jeová) é o Reino de Deus. É por isso que na capa da revista Sentinela se diz “Anunciando o Reino de Jeová
Não existe adoração à Jeová à parte de Seu Reino Teocrático, não existe adoração à Jeová à parte de uma representação terrestre de Seu Reino (foi nisso que os judeus falharam – queriam sempre um governo humano nos moldes das nações ao redor).
O lugar onde se invoca o nome de Jeová, esse é o lugar que representa o Reino de Jeová. O lugar onde Jeová coloca o Seu Nome, esse lugar representa o Seu Reino , a Sua Teocracia -é o lugar santo.

Portanto afirmar que, de alguma forma, o Reino de Deus perdeu a sua representatividade terrestre ou perdeu sua força de expressão ou foi interrompido ou qualquer outra coisa após 607 AEC até 1914 EC não está em harmonia com as Escrituras. O Reino de Deus está vinculado unicamente ao Nome de Jeová e a Sua vontade (R = J/d).

Meditemos ainda por favor em alguns detalhes sobre o que Jesus disse a respeito de Jerusalém ou naquilo que ele sentia por essa cidade quando no primeiro século EC, andou sobre ela:

Conforme vimos, Jesus disse sobre Jerusalém:
Mateus 5: 34 No entanto, eu vos digo: Não jureis absolutamente, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; 35 nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.

Considere agora o que ele sentia por Jerusalém:

Lucas 19:41 E quando chegou perto, contemplou a cidade [de Jerusalém] e chorou sobre ela.

Nesse texto notamos que Jesus chorou 'sobre Jerusalém'. Alguém poderia ficar espantado em ver um homem como Jesus chorar por causa de uma cidade!
A Bíblia fala de uma outra ocasião em que Jesus chorou: a morte de seu amigo Lázaro, note no relato de João 11:35

35 Jesus entregava-se ao choro. 36 Portanto, os judeus começaram a dizer: “Vede, quanta afeição tinha por ele!”
Assim podemos concluir que Jesus possuía bastante afeição pela cidade de Jerusalém! Poderíamos dizer: “quanta afeição tinha por ela!”

Para entendermos melhor porque Jesus chamou Jerusalém de 'cidade do Grande Rei' ou “cidade de Jeová” ou mesmo chorou sobre ela, temos que entender como, desde os tempos antigos, e mesmo nos dias de Jesus, um servo de Jeová encarava ou deveria encarar essa cidade ou lugar onde o nome de Jeová residia e era invocado.

Os Salmos nos ajudam a ter uma percepção maior dos sentimentos que um servo de Deus deveria ter por esse lugar. Leiamos alguns deles:

Salmo 135:21 Bendito desde Sião seja Jeová,
Que reside em Jerusalém. Louvai a Jah!

Note que esse Salmo diz que 'Jeová reside em Jerusalém' – muito similar às palavras de Jesus sobre ela: a cidade do Grande Rei ou local de permanência do Grande Rei.
Continuemos:

Salmo 48:1,2
1 Jeová é grande e para ser louvado muito
Na cidade de nosso Deus, [no] seu santo monte.
2 Bonito pela elevação, a exultação da terra inteira,
É o monte Sião nos lados remotos do norte,
A vila do grandioso Rei.

Salmo 132:13
13 Pois Jeová escolheu a Sião;
Almejou-a como morada para si mesmo:
14 “Este é meu lugar de descanso para todo o sempre;
Ali morarei, pois o almejei.

Lembre-se que o lugar onde reside o Nome de Jeová é associado ao lugar onde Ele 'habita' ou Reina (R = J/d)

Salmo 149:1-2
1 Louvai a Jah!
Cantai a Jeová um novo cântico,
Seu louvor na congregação dos que são leais.
2 Alegre-se Israel com o Grandioso que o fez,
Os filhos de Sião — jubilem eles no seu Rei.

Salmo 147:12
12 Gaba a Jeová, ó Jerusalém.
Louva a teu Deus, ó Sião.

Salmo 99:1-2
1 O próprio Jeová se tornou rei. Agitem-se os povos.
Ele está sentado sobre os querubins. Estremeça a terra.
2 Jeová é grande em Sião.

Salmo 102:21
21 Para que o nome de Jeová seja declarado em Sião
E seu louvor em Jerusalém,

Uma decorrência direta do Salmo acima é que Jerusalém e Sião simbolizam o próprio Reino de Deus na terra.

Salmo 50:2
2 O próprio Deus reluziu de Sião, a perfeição da lindeza.

Salmo 76:2
E seu abrigo mostra ser na própria Salém [Jerusalém],
E sua habitação em Sião.

Lembre-se : Nome de Jeová <==> Reino

Salmo 128:5
Jeová te abençoará desde Sião.
Vê também o bom de Jerusalém todos os dias da tua vida,

Salmo 125:2
2 Jerusalém — assim como os montes estão ao redor dela,
Assim Jeová está ao redor do seu povo,
Desde agora e por tempo indefinido.

Assim, foi por compartilhar esses mesmos sentimentos por Jerusalém ,conforme expressados por esses Salmos acima, que Jesus disse as palavras abaixo a respeito da cidade de Jerusalém:

Jerusalém... é a cidade do grande Rei.” Mateus 5:35
contemplou a cidade e chorou sobre ela. - Lucas 19:41

Jesus, como um 'israelita de verdade', sabia muito bem nos seus dias que a cidade de Jerusalém era santa e representava aqui na terra o próprio “ Reino de Jeová Deus” - a Teocracia.


'Como se cumpririam as Escrituras, de que tem de realizar-se deste modo? ' - Mateus 26:54

Analisemos por favor agora uma das mais importantes profecias Bíblicas envolvendo Jesus e Jerusalém:

Mateus 21:4-10
4 Isto aconteceu realmente para que se cumprisse o que fora falado por intermédio do profeta, que disse: 5 “Dizei à filha de Sião: ‘Eis que o teu Rei está vindo a ti, de temperamento brando e montado num jumento, sim, num jumentinho, descendência dum animal de carga.’”
6 Os discípulos foram então e fizeram conforme Jesus lhes ordenara. 7 E trouxeram a jumenta e seu jumentinho, e colocaram sobre estes as suas roupas exteriores, e ele se sentou nelas. 8 A maior parte da multidão estendeu na estrada as suas roupas exteriores, ao passo que outros cortaram ramos das árvores e os espalhavam pela estrada. 9 Quanto às multidões, os que lhe precediam e os que lhe seguiam clamavam: “Salva, rogamos, o Filho de Davi! Bendito é aquele que vem em nome de Jeová! Salva-o, rogamos, nas maiores alturas!”
10 Entrando ele então em Jerusalém, a cidade inteira ficou em comoção, dizendo: “Quem é este?” 11 As multidões diziam: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia!”

Essa profecia apresenta um emocionante acontecimento: O rei entrando em seu reino:

'Dizei à filha de Sião' (Jerusalém personificada – representação do Reino de Deus)
'Eis que o teu Rei está vindo a ti'

Essa profecia é cumprida, como descrito , quando Jesus – qual rei – entra em seu Reino – conforme representado por Jerusalém – filha de Sião.

Essa profecia nos lembra do Salmo
147:12
12 Gaba a Jeová, ó Jerusalém.
Louva a teu Deus, ó Sião.
Salmo 14:7(a)
7Quem dera que viesse de Sião a salvação de Israel!

O fato é que se Jerusalém não mais representasse o Reino de Jeová aqui na terra desde 607 AEC, tampouco essa mesma profecia poderia ser cumprida! Ela não teria condições de se cumprir.
Todas as palavras nessas profecias devem obrigatoriamente reter a mesma informação e relevância desde o tempo em que elas foram escritas até o seu cumprimento (Isa 55:11) . Portanto Jerusalém deveria obrigatoriamente representar o Governo de Deus ainda nos dias de Jesus.

Se Jerusalém não representasse o Governo de Deus nos dias de Jesus 'como se cumpririam as Escrituras, de que tem de realizar-se deste modo?' (Mateus 26:54).
De fato: 'Isto aconteceu realmente para que se cumprisse o que fora falado por intermédio do profeta'

Portanto seria mandatário do ponto de vista profético que tanto Sião como Jerusalém retivessem o mesmo conteúdo informativo que eles continham desde os dias dos Salmos, a saber: representarem o Governo de Jeová, antes e depois de 607 AEC.

Essa profecia falava do rei ungido por Jeová – Jesus, chegar até o Reino de Deus – conforme representado por Jerusalém -filha de Sião – a Cidade do Grande Rei.
Assim seria obrigatório do ponto de vista profético tanto Sião bem como Jerusalém manterem o mesmo significado que tinham desde os dias dos Salmos, a saber: representarem Jeová e Seu Reino, isso antes e depois de 607 EC.

Essa profecia expressava que apenas o Reino de Deus – conforme simbolizado por Sião e Jerusalém proveria os meios de Salvação para todos. Era esse todo o significado de Jesus, o rei ungido 'em nome de Jeová', ir para Jerusalém: o símbolo do Reino de Deus.
Ou em outras palavras: apenas o Governo de Deus [Jerusalém] proveria a Salvação da Humanidade por meio do Messias [Jesus]

Analisemos mais a fundo também as palavras de Mateus 21:43, onde lemos:

É por isso que vos digo: O reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza os seus frutos.” - Mateus 21:43

Essas palavras de Jesus mostram intrinsecamente que os judeus granjeavam de muitos privilégios associados ao Reino de Deus no primeiro século EC. Os judeus ainda estavam pactuados com o Reino de Deus e possuíam em todas as formas tudo que era relacionado ao Governo de Deus:

1) Possuíam a oportunidade de serem 'reis e sacerdotes' com Jesus no reino dos céus – Ex 19:6
2) Possuíam Jerusalém e o Templo – a cidade santa (Mateus 4:5, Luc 4:9), que representava o próprio Governo de Deus na terra, o lugar onde “Jeová habitava”, onde 'residia' o Nome de Deus.
3) Eles tinham o Messias: o rei ungido pelo próprio Jeová para reinar sobre o Reino de Deus.

Assim essa nação deveria ter 'produzido os seus frutos', ou seja, os 'filhos do reino' ou reis e sacerdotes. (Ex 19:6)
Mas os líderes religiosos não estavam interessados num governo celestial (sem coroas , sem turbantes,sem vastos territórios ou sem glória de homens) – eles queriam um líder político um 'rei nos padrões humanos' de realeza. Assim eles rejeitaram em sua grande maioria o Reino de Deus – dizendo: “Não temos rei senão César.”

Foi por isso Jesus lhes disse:
O reino de Deus vos será tirado”

Em harmonia com a situação acima, o próprio Jesus, pasmado, afirmava repetidamente durante o seu ministério: “Em ninguém em Israel tenho encontrado tamanha fé.” - Jesus encontrava pessoas das nações com mais fé do que os que por direito e dever deveriam ter sido os filhos do Reino.
Vejamos um exemplo:
Mateus 8:10 Ouvindo isso, Jesus ficou pasmado e disse aos que o seguiam: “Em verdade vos digo: Em ninguém em Israel tenho encontrado tamanha fé. 11 Mas, eu vos digo que muitos virão das regiões orientais e das regiões ocidentais e se recostarão à mesa junto com Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus; 12 ao passo que os filhos do reino serão lançados na escuridão lá fora. Ali é que haverá o [seu] choro e o ranger de [seus] dentes.”

os filhos do reino serão lançados na escuridão lá fora

Foi exatamente isso o que ocorreu com os judeus daquela época, eles tinham tudo em relação ao Reino, mas o perderam. Nem os judeus seriam mais os 'filhos do reino' e nem a cidade de Jerusalém representaria mais o Governo de Deus - que era o que ela vinha representando até então. Jerusalém representava o Governo de Deus na terra, mas por ser uma 'figueira ou mulher estéril', 'foi lançada fora'. Jeová retiraria o Seu Nome (e automaticamente o Seu Reino) desse lugar.


Compreendemos então que não foi à toa que Jesus 'contemplou a cidade [de Jerusalém] e chorou sobre ela.'

Jerusalém, aquela que por séculos, vinha representando o Governo de Deus na terra, antes e depois de 607AEC, ficaria por fim abandonada na escuridão lá fora – Ficaria de fora do Reino de Deus. (Fora do campo de atuação do 'campo elétrico' conforme ilustrado anteriormente)
Portanto temos visto que mesmo após 607 AEC,Jerusalém obrigatoriamente – por causa das próprias Escrituras - manteve o seu papel como símbolo do Governo de Deus na terra, a remoção do monarca do 'trono de Jeová' em 607 AEC não comprometeu em nada a execução do Governo de Deus na terra conforme simbolizado por Jerusalém (o exílio de 70 anos foi um período de disciplina para o povo conforme Deus mesmo alertara nos dias de Samuel: “naquele dia certamente clamareis por causa do vosso rei que escolhestes para vós, mas Jeová não vos responderá naquele dia”).
Para ilustrar a situação da nação de Judá antes e depois de 607 AEC, pense nas seguintes frases:

'O carro de João é também a sua casa.'
'João contrata motoristas para guiar o seu carro'
'Mas João demitiu todos os seus motoristas pois eles não tinham carta de motorista'

À base das frases acima, poderia alguém afirmar que João não tem mais casa? Ou, que o carro de João não anda mais?
Estaria errado! Seria uma falácia, pois é o carro (com ou sem motorista contratado) que é a casa de João e ele mesmo pode guiar o seu carro.

Aplicando no caso Bíblico:
Jerusalém era símbolo do Reino de Deus.'
'Deus colocou reis para reinar em Jerusalém'
'Mas Jeová removeu todos os seus reis'

Como era a cidade de Jerusalém o símbolo do Reino de Deus (o lugar onde residia o nome de Deus) e não o reis humanos que reinavam sobre o povo, estes últimos poderiam ser removidos uma vez que o próprio Jeová é Rei (ele sabe dirigir o carro) -Salm 149:1-2

Lembre-se que Davi, o primeiro a estabelecer o seu trono em Jerusalém, fez questão que se proclamasse e exaltasse , não o seu reinado como homem, mas o reinado de Jeová em Jerusalém.
Na ocasião em que ele levou a arca do pacto para Jerusalém, Davi ordenou:
1 Cron 16:31 “ Alegrem-se os céus, e jubile a terra,
E digam entre as nações: ‘O próprio Jeová se tornou rei!’”

Davi, diferente de muitos dos seus descendentes, reconhecia que o verdadeiro rei (e salvador) de Jerusalém era Jeová – que Jeová não dependia de humanos para Reinar.
O próprio Jesus, o Davi Maior , também reconheceu essa fato chamando Jerusalém de “cidade do Grande Rei” - Jeová reinava em Jerusalém. (Mateus 5:35)
Passemos a refletir na seguinte pergunta:
Será que o Reino de Deus simbolizado em Jerusalém estava 'muito mais bem representado' na terra quando se implementava uma realeza humana 'sentando no trono de Deus' com coroa e turbante do que a situação da reconstruída Jerusalém (após 607 AEC) ?

Para responder a essa pergunta notemos por favor as ações de alguns reis humanos da tribo de Davi que se sentavam no 'trono de Jeová' em Jerusalém:

1 Reis 11:5-7
5 E Salomão começou a ir atrás de Astorete, deusa dos sidônios, e atrás de Milcom, a coisa repugnante dos amonitas. 6 E Salomão começou a fazer o que era mau aos olhos de Jeová e não seguiu plenamente a Jeová como Davi, seu pai.7 Foi então que Salomão passou a construir um alto a Quemós, a coisa repugnante de Moabe, no monte que estava defronte de Jerusalém, e a Moloque, a coisa repugnante dos filhos de Amom.

2 Cron 28:1-4
1 Acaz tinha vinte anos de idade quando começou a reinar e reinou por dezesseis anos em Jerusalém, e não fez o que era direito aos olhos de Jeová, igual a Davi, seu antepassado. 2 Mas andou nos caminhos dos reis de Israel e fez até mesmo estátuas fundidas dos Baalins. 3 E ele mesmo fez fumaça sacrificial no vale do filho de Hinom e passou a queimar seus filhos no fogo, segundo as coisas detestáveis das nações que Jeová havia desalojado de diante dos filhos de Israel. 4 E oferecia regularmente sacrifícios e fazia fumaça sacrificial nos altos, e nos morros, e debaixo de toda sorte de árvore frondosa.

2 Crônicas 33:1-9
1 Manassés tinha doze anos de idade quando começou a reinar e reinou por cinqüenta e cinco anos em Jerusalém.2 E ele passou a fazer o que era mau aos olhos de Jeová, segundo as coisas detestáveis das nações que Jeová tinha desalojado de diante dos filhos de Israel. 3 De modo que reconstruiu os altos que Ezequias, seu pai, tinha demolido, e erigiu altares aos Baalins e fez postes sagrados, e começou a curvar-se diante de todo o exército dos céus e a servi-los. 4 E construiu altares na casa de Jeová, referente à qual Jeová dissera: “Em Jerusalém mostrará estar meu nome por tempo indefinido.” 5 E foi construir altares a todo o exército dos céus em dois pátios da casa de Jeová. 6 E ele mesmo fez os seus próprios filhos passar pelo fogo no vale do filho de Hinom, e praticou a magia, e fez uso da adivinhação, e praticou a feitiçaria, e constituiu médiuns espíritas e prognosticadores profissionais de eventos. Fez em grande escala o que era mau aos olhos de Jeová para o ofender.


Francamente, na prática, Jerusalém (o lugar onde residia o nome mais Santo do Universo, o nome de Jeová) passou a representar muito melhor o Governo de Deus após 607 AEC, após a remoção de rei humanos sobre ela – com o fim da realeza humana – esses reis humanos não tinham o direito legal de representar a Jeová. Era melhor então continuar o Reino de Deus, conforme simbolizado em Jerusalém, como nos dias de Samuel e outros juízes: 'Jeová é que é rei sobre eles' (Juízes 8:23, 1 Samuel 12:12 , Jeremias 46:18) , em Jerusalém - a Sua cidade.

Ainda um outro ponto a ser considerado é a afirmação equivocada de que nunca mais veio a haver um rei humano da dinastia de Davi sentado no 'trono de Jeová' em Jerusalém após 607 AEC. Isso não está em harmonia com a realidade histórica nem Bíblica.

Pergunta: Houve um rei humano da linhagem de Davi que reinou em Jerusalém após 607 AEC?

Consideremos as Escrituras por favor:

João 1:49 Natanael respondeu-lhe: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel.”

Lucas 19:38 dizendo: “Bendito Aquele que vem como Rei em nome de Jeová! Paz no céu e glória nos lugares mais altos!”

Mateus 27:11 Jesus estava então perante o governador; e o governador fez-lhe a pergunta: “És tu o rei dos judeus?” Jesus replicou: “Tu mesmo [o] dizes.”

Mateus 27: 37 Também puseram por cima de sua cabeça a acusação contra ele, por escrito: “Este é Jesus, o Rei dos judeus.

Lucas 23: 2 Principiaram então a acusá-lo, dizendo: “Achamos este homem subvertendo a nossa nação e proibindo o pagamento de impostos a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, um rei.”
3 Pilatos fez-lhe então uma pergunta: “És tu o rei dos judeus?” Em resposta a ele, disse: “Tu mesmo [o] dizes.”

João 19:14 E ele disse aos judeus: “Eis o vosso rei!” 15 No entanto, eles gritavam: “Fora [com ele]! Fora [com ele]! Para a estaca com ele!” Pilatos disse-lhes: “Hei de pregar na estaca o vosso rei?” Os principais sacerdotes responderam: “Não temos rei senão César.”

João 19:19 Pilatos escreveu também um título e o pôs na estaca de tortura. Estava escrito: “Jesus, o Nazareno, o Rei dos Judeus.

Voltemos a pergunta: Houve um rei da casa de Davi em Jerusalém após 607 AEC?

Se imaginarmos que um rei precisa estar vestido de roupagens macias , de um turbante , com uma coroa sobre sua cabeça sentado num majestoso trono em um esplêndido palácio, sendo glorificado e aclamado pelos homens, nossa resposta será: “Fora [com ele]!” , “Não temos rei senão César.”

Agora se um rei de verdade para nós está relacionado em se fazer a vontade de Jeová. Sim! Após 607 AEC Jerusalém (capital do Reino) teve o seu Maior Rei de todos os tempos – Jesus. (Lucas 4:17-21)
Se Davi, Salomão, Ezequias, Acaz , Manassés , Zedequias reinaram em Jerusalém, quanto mais Jesus! A unção desses primeiros fora com óleo, a de Jesus com Espírito Santo. Jesus veio como Rei em nome de Jeová (Lucas 19:38)

O Ungido Rei Jesus tinha as seguintes credenciais:
João 7:29 “ Eu o conheço [à Jeová], porque sou representante [Rei Ungido] dele, e Este me enviou.”

É evidente e esperado que a forma de Jesus exercer o seu reinado em Jerusalém foi muito diferente da forma dos outros reis que reinaram em Jerusalém antes dele.

Jesus não reinou como os 'governantes das nações que dominam sobre elas ou como os grandes homens que exercem autoridade sobre elas'. Jesus não aceitava glória de homens, nem o reconhecimento de homens. Apenas o de Deus. (Jo 5:41,Jo 6:15)
A forma de Jesus reinar era por ministrar e não ser ministrado ou servido. Mateus 20:25-28
Jesus mostrou que a causa principal de um verdadeiro rei é a soberania de Jeová. Jesus efetuou seu 'reinado' de várias formas dentro de sua jurisdição real ('a casa de Israel' – Mat 15:24) desde 'limpar o Templo de Deus' de salteadores , desmascarar gananciosos líderes religiosos, ajudar os humildes (emprestando a Jeová) , ensinando verdades de Deus e no seu maior ato de amor aos seus súditos: entregar a vida por eles (geralmente um rei das nações se poupa ao máximo).
Para todo aquele que era um 'judeu' ou 'israelita' de verdade, Jesus foi um rei de verdade. (Jo 1:47,49)

Quão verdadeiras foram as palavras abaixo:

     “Dizei à filha de Sião: ‘Eis que o teu Rei está vindo a ti
                    “tu és o Rei de Israel.”

De fato, Jesus foi o Maior Rei que Jerusalém já teve enquanto ela representava o Reino de Deus (e isso após 607 AEC).

Tal fato já mexe com os alicerces do item (D) das premissas de 1914.
Aproveitando o contexto apropriado consideraremos um tema muito importante relacionado à liderança sobre o povo Israel : o pacto davídico.

                 O pacto davídico e o Líder

Conforme corretamente exposto no comentário do Calendário das Testemunhas de Jeová 2012 (Maio/Junho), lemos:

Deus predisse que o Descendente Messiânico de Abraão viria da linhagem do Rei Davi (2 Samuel 7:12.13; Salmo 89:3.4) No ano 29 EC, Jeová ungiu a Jesus com espírito santo, tornando-o assim o Rei-Designado que tinha o direito legal de ocupar o trono de Davi

As palavras acima estão relacionadas com a seguinte profecia dita a Zedequias – um rei iníquo de Judá que foi morto pelos Babilônios:

Ezequiel 21:25-27
25 “E no que se refere a ti, ó mortalmente ferido maioral iníquo de Israel, cujo dia chegou no tempo do erro do fim, 26 assim disse o Soberano Senhor Jeová: ‘Remove o turbante e retira a coroa. Esta não será a mesma. Põe no alto o rebaixado e rebaixa o que estiver no alto. 27 Uma ruína, uma ruína, uma ruína a farei. Também, quanto a esta [coroa], certamente não virá a ser de [ninguém], até que venha aquele que tem o direito legal, e a ele é que terei de dá-lo.’

Como exposto acima, Jesus ao ser ungido por Deus, tornou-se o Rei-Designado que tinha o direito legal de ocupar o trono de Davi.
Foi dessa forma que Jeová cumpriu o seu pacto com Davi, a saber: "hei de suscitar o teu descendente depois de ti, que sairá das tuas entranhas; e deveras estabelecerei firmemente o seu reino." - 2 Samuel 7:12-14

O anjo Gabriel apontando para o cumprimento desse pacto feito a Davi disse à Maria a respeito do filho que ela geraria:
Lucas 1:31-33
31 e eis que conceberás na tua madre e darás à luz um filho, e deves dar-lhe o nome de Jesus. 32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e Jeová Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, 33 e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e não haverá fim do seu reino.”

Comparemos essas profecias mencionadas:

quanto a esta [COROA], certamente não virá a ser de [ninguém], até que venha aquele que tem o direito legal, e a ele é que terei de dá-lo”

A coroa - símbolo de autoridade máxima (régia) para uma pessoa – não viria a ser de ninguém, mas até quando? – até a vinda daquele que teria o direito legal de a receber.

Para entender melhor, ilustremos o Reino de Deus como um ”país distante” (Lucas 19:12). Jerusalém terrestre a embaixada ou representação deste Reino (Mateus 5:35). Os reis de Jerusalém na terra como aqueles que possuem autoridade máxima na embaixada - embaixadores.

Assim o título ou cargo de diplomata chefe (embaixador, ou aquele que senta no trono de Davi) de Jerusalém ( sendo a própria Jerusalém a Embaixada do Reino de Deus – ou a representação do Governo de Deus na terra) não mais ficaria nas mãos de quem não tinha o direito legal de exercer esse cargo, ou seja, de exercer o cargo de ser líder sobre o povo de Deus.

O maior cargo de autoridade que alguém que não tivesse o direito legal conseguiria alcançar, sendo da linhagem de Davi, dentro da embaixada (Jerusalém – símbolo do Reino) seria de diplomata.

Lembre-se que Joaquim (filho de Davi) rei de Judá teve sua dignidade restabelecida em certo grau – (seu trono mais alto do que de outros reis em Babilônia) - 2 Reis 25:27-30, Jeremias 52:31-34
Zorobabel (filho de Davi) foi governante de Judá após o exílio (Ageu 1:1)

Nenhum destes 'filhos de Davi' acima recebeu o cargo de autoridade máxima (a coroa) na embaixada do Reino (Jerusalém), no entanto, por serem da linhagem de Davi , o pacto de Jeová com Davi a respeito de um reino firmemente estabelecido não sofreu interrupção após 607 AEC.
O pacto é até mesmo reafirmado por volta de 520 AEC na reconstruída Jerusalem:
Ageu 2:23 “‘Naquele dia’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos, ‘tomar-te-ei, ó Zorobabel, filho de Sealtiel [filho de Davi], meu servo’, é a pronunciação de Jeová; ‘e hei de constituir-te em anel de chancela, porque és tu a quem escolhi’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos.”

Por quanto tempo ficaria vago o cargo de autoridade máxima [coroa] ou de rei-embaixador na representação do Reino de Deus em Jerusalém – a embaixada?
Resposta: “até que venha aquele que tem o direito legal”

Então, quando veio aquele que tem o direito legal?
Usando as palavras do calendário de 2012: “No ano 29 EC, Jeová ungiu a Jesus com espírito santo, tornando-o assim o Rei-Designado que tinha o direito legal de ocupar o trono de Davi.”

A grande questão agora é: Será que Jesus teve que aguardar cerca de 2 mil anos ( até 1914) para colocar “a coroa” de Davi sobre sua cabeça ou se assentar no “trono de Davi” e começar a reinar?Quando Jesus herdou o reino? Quando Jesus foi entronizado Rei do Reino de Deus?

Para respondermos a essa pergunta , precisamos saber qual é a jurisdição do Rei e quem são os súditos do Rei. Ou seja, precisamos saber o que é o Reino.

Sobre quem Jesus começou a exercer sua autoridade máxima 'no trono de Davi' ?
Foi sobre a sua jurisdição conforme o anjo disse à Maria:
e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre” (Lucas 1:32.33)
Ou seja, “sobre a casa de Jacó” - Israel de Deus, incluindo a Jerusalém celestial e os “judeus no íntimo” - Rom 2:29.
(Lembre-se que a então embaixada terrestre em Jerusalém ficara abandonada pois conforme dito por Jesus: “vós não quisestes” portanto “o reino de Deus lhes será tirado”)
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Nota:
Jurisdição é usado aqui com o significado de:
  1. Poder atribuído a uma autoridade para fazer cumprir certas leis e punir quem as infrinja em determinada área.
  2. Área na qual se exerce esse poder, vara, competência ou alçada

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Assim Jesus (Davi Maior) passou a reinar (recebeu coroa) sobre “Israel” (Romanos 9:6) - sendo o rei com autoridade sobre os embaixadores do Reino de Deus que estivessem aqui na terra – sobre a 'casa de Jacó' – ou cristãos ungidos e sobre a Jerusalém celestial.

Assim, desde 33 EC Jesus – “o rei Davi Maior” - reina sobre 'a casa de Jacó' (Lucas 1:32-33) com toda a autoridade.(Mateus 28:18)
E assim como os reis da antiga Jerusalém governavam dentro de sua jurisdição, Jesus também passou a reinar somente sobre a sua jurisdição: a 'congregação de Cristo' na terra e Jerusalém celestial (Heb 12:22).

O Rei Jesus passou a reinar sobre o seu povo desde o primeiro século:
Atos 18:9,10
9 Ademais, o Senhor disse de noite a Paulo, por intermédio duma visão: “Não temas, mas persiste em falar e em não ficar calado, 10 porque eu estou contigo e nenhum homem te assaltará para fazer-te dano; porque tenho muito povo nesta cidade.”
Jesus começou a exercer sua autoridade como Rei ou Senhor sobre a “nação que produziria os seus frutos” , sobre a nação santa: “Israel”. - Mateus 21:43
Este novo “Israel” teria sobre si o Líder – o rei Davi Maior - Jesus

O cargo de autoridade máxima – rei do Reino de Deus, com embaixada (representação) em Jerusalém – foi dado a Jesus – este foi o Maior Rei e Autoridade (embaixador ou representante de Jeová) que andou na cidade de Jerusalém terrestre ou cidade santa enquanto ela ainda, obrigatoriamente, representava a embaixada do Reino de Deus na terra (ou seja, após 607 AEC). Marcos 1:22
A coroa “do trono de Davi” (símbolo de autoridade régia ou cargo máximo de uma administração ou reino) foi dada para Jesus. A coroa portanto deixou o estado anterior de 'não pertencer a ninguém'. Jeová constituiu a Jesus como “anel de chancela”,ou seja, atestou a sua legitimidade real no trono de Davi 'estabelecendo firmemente o seu reino' sobre ele.

Portanto note o detalhe crucial de que de forma alguma 'o retirar da coroa' de cima da cabeça do rei Zedequias significou uma interrupção no Reino de Deus (como afirma o livro Bíblia Ensina página 217 parágrafo 2). O Reino de Deus continuou sendo representado por Jerusalém após 607 AEC, sendo esta cidade a sua embaixada com seus diplomatas. Note também que o período da embaixada ficar sem um diplomata chefe (rei-embaixador) não foi extremamente longo pois com a unção de Jesus por espírito santo, Jesus, ou Davi Maior, passou a ocupar esse cargo de autoridade máxima “reinando sobre Jacó” no 'trono de Davi'.

O que irá acontecer durante o 'dia do Senhor' ou presença de Cristo é que a jurisdição do Reino de Deus vai se expandir da “casa de Jacó” para o mundo – “ 'Israel' conquistará o mundo ” :

Lemos:
Rev 11:15 E o sétimo anjo tocou a sua trombeta. E houve vozes altas no céu, dizendo: “O reino do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.”

(Note que temos dois reinos anteriormente ativos em suas respectivas jurisdições: 'o reino do mundo' e 'o reino de Cristo' )

Como sabemos muito bem, além do Reino de Deus, existem outras “soberanias” ou “jurisdições” - Isso devido à questão levantada no Éden quanto à governança humana 'fora das jurisdições de Deus'. Jeová permitiu ao Diabo governar. O Diabo institui uma jurisdição nos lugares celestiais (Efésios 6:12) bem como em toda terra (Lucas 4:6). O governo e autoridade até então exercido no mundo pelo Diabo não faz parte da jurisdição do reino de Cristo. O reino de Cristo não faz parte desta alçada ou 'fonte' mundana.

Considere:
João:18 36 Jesus respondeu: “Meu reino não faz parte deste mundo. Se o meu reino fizesse parte deste mundo [desta alçada], meus assistentes [anjos – Mateus 26:53] teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, assim como é [o estado atual] , o meu reino não é desta fonte [esfera].

João:18 36 (Almeida)
Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.

Dos textos acima, extraímos a informação:
'o meu reino assim como é [estado presente do reino existente], não é desta fonte [lugar, esfera, lado] ' , ou seja, a presente jurisdição ou estado atual desse reino que já é – ou já existe “assim como é”.

'agora (grego 'nun', significando “agora, neste tempo,presente”) o meu reino não é (tempo presente) daqui' - o reino que já é, ou já existe, não é daqui (não pertence à jurisdição deste mundo 'agora' ).

Como disse Jesus, 'agora o meu reino não é daqui', mas no futuro será:
Quando Jeová reivindicar a sua posição legítima de Soberano Universal sobre os céus e sobre a terra , aquele que ocupa o cargo máximo de autoridade dentro do existente Reino de Deus - o rei Jesus (o Davi Maior) - passará a exercer autoridade muito além de sua anterior jurisdição. A jurisdição de seu Reino será ampliada para todo o céu e toda a terra. A 'presença' de Cristo eqüivale ao tempo em que seu Reino exercer jurisdição ou competência sobre a terra, o reino será também 'deste mundo', 'daqui', 'desta fonte'.

Obviamente as nações ficarão 'furiosas' (Rev 11:18)
E desta vez, 'os assistentes de Jesus lutarão'.

Para ilustrar a situação:
A Argentina é quem manda em sua embaixada dentro do Brasil. Quem decide quem é o diplomata-chefe (embaixador) da embaixada da Argentina é a Argentina.
Mas, e se a Argentina passar a afirmar que o Brasil inteiro lhe pertence?Se ela passar a afirmar que a Argentina não tem autoridade apenas em sua embaixada dentro do Brasil , mas em todo território brasileiro? - como se a embaixada da Argentina no Brasil afirmasse: “Agora o Brasil me pertence pois o 'fundador' da Argentina também é o 'fundador' do Brasil”.

Assim Jesus, no direito legal, recebeu o cargo máximo de autoridade (coroa-rei) no reino dos céus e na embaixada do Reino de Deus que está dentro do país estrangeiro, sendo este último o reino do Diabo ou as nações do mundo. Jesus, desde o primeiro século, já reina sobre “Jacó” 'no trono de Davi' - reina sobre os filhos do Reino e sobre a Jerusalém 'de cima'. Durante o “dia do Senhor” Deus estenderá o seu domínio 'para o mundo' aumentando sua jurisdição ou área de atuação sobre toda a terra e céu. Obviamente a primeira coisa que Jesus fará é expulsar o Diabo pois este, a partir deste momento, estará ocupando nos céus um lugar que agora pertence à jurisdição de Jesus.
Jeová, desde o primeiro século EC, autorizou ao rei 'Davi Maior - Jesus' da cidade de 'Jerusalém celestial' (Heb 12:22) a construir o 'Templo' nessa cidade (1 Cor 3:16)

Assim a coroa - o cargo máximo de rei no Reino de Deus - "deixou de ser de ninguém" ainda no primeiro século EC, passou a pertencer a Jesus Cristo. Assim como Davi reinou sobre Jerusalém terrestre, Jesus passa a reinar para sempre sobre a Jerusalém celestial, sobre a 'casa de Jacó'.

Os textos Bíblicos abaixo denotam o recebimento da coroa, ou cargo de autoridade máxima ou líder do povo de Deus por parte de Jesus e o exercício dele neste cargo (Rei) sobre a “casa de Jacó” - a sua jurisdição ou competência inicial.

Leiamos Atos 15:14-18
14 Simeão tem relatado cabalmente como Deus, pela primeira vez, voltou a sua atenção para as nações, a fim de tirar delas um povo para o seu nome. 15 E com isso concordam [se cumprem] as palavras dos Profetas, assim como está escrito: 16 ‘Depois destas coisas voltarei e reconstruirei a barraca de Davi, que está caída; e reconstruirei as suas ruínas e a erguerei de novo, 17 a fim de que os remanescentes dos homens possam buscar seriamente a Jeová, junto com pessoas de todas as nações, pessoas chamadas por meu nome, diz Jeová, que está fazendo estas coisas, 18 conhecidas desde a antiguidade.’

                  “reconstruirei a barraca de Davi”

Lembremos que a 'tenda' ou 'casa' de Davi foi derrubada quando em 607 AEC (exílio) os descendentes de Davi perderam o privilégio de atuarem como Líder máximo do povo de Deus ou como reis sobre Jerusalém ou como representantes do próprio Jeová.
Recordemos as duas escolhas importantes que Jeová fez:

2 Crônicas 6:5-6
Desde o dia em que fiz meu povo sair da terra do Egito não escolhi cidade dentre todas as tribos de Israel, a fim de construir uma casa para que o meu nome mostrasse estar ali, e não escolhi homem para que se tornasse líder do meu povo Israel. 6 Mas escolherei Jerusalém para que o meu nome mostre estar ali e escolherei a Davi para vir a estar sobre o meu povo Israel.’

Conforme já analisamos , o que ocorreu em 607 AEC não comprometeu Jerusalém de ser o lugar onde o nome de Jeová 'mostrasse estar ali'. Após sua prometida reconstrução, ela continuou a ser a embaixada do Reino ou representação do Governo de Deus ou “a cidade santa do Grande Rei”. (Mateus 5:35) (R = J/d; o Reino de Deus depende apenas de Jeová – onde reside Seu Nome )

No entanto o segundo item:
' homem para que se tornasse líder do meu povo Israel'
'a Davi para vir a estar sobre o meu povo Israel.'

Este item, 'líder sobre o povo Israel', ficou comprometido ou arruinado em 607 AEC. Os líderes ou reis 'filhos de Davi' que estavam sobre Israel não se mostraram dignos desse privilégio (conforme vimos alguns exemplos nessa carta). Os filhos de Davi não fora dignos de representarem a liderança sobre o povo de Jeová . Assim Jeová os ordenou: 'retira a coroa'. A barraca ou tenda de Davi ficaria arruinada, demolida até que viesse aquele que tem o direito legal – e a este Jeová teria de dar a coroa: o cargo de 'líder sobre Israel'

Conforme lemos em Atos 15:14-18, com a unção de Jesus, filho de Davi, por espírito santo como Rei sobre Israel, a 'barraca de Davi' outrora caída foi reconstruída e as ruínas dessa barraca foram erguidas de novo ou reconstruídas.
Com Jesus Cristo (filho de Davi) atuando como Líder 'do povo de Deus Israel' a casa de Davi foi firmemente restaurada de modo que agora 'os homens possam buscar seriamente a Jeová, junto com pessoas de todas as nações, 'pessoas chamadas por meu nome – diz Jeová'
Portanto desde o primeiro século EC que a coroa ou liderança sobre 'a casa de Jacó' foi dada àquele que tem o direito legal. Tal liderança possibilitou que pessoas fossem chamadas pelo nome de Jeová. Percebemos logicamente que tal coroa ou posição régia de um Rei da dinastia de Davi sobre o povo 'Israel' não ficou vago por 2520 anos.

O trono do Davi Maior (Jesus) foi reconstruído para nunca mais ser abalado – está firmemente estabelecido, como lemos em Filipenses 2:9 e nesses outros textos que seguem:

Filipenses 2:9:
9 Por esta mesma razão, também, Deus o enalteceu a uma posição superior [cargo máximo no Reino] e lhe deu bondosamente o nome que está acima de todo [outro] nome [cargo de autoridade máxima], 10 a fim de que, no nome de Jesus, se dobre todo joelho dos no céu, e dos na terra, e dos debaixo do chão [como deve-se fazer diante de um Rei], 11 e toda língua reconheça abertamente que Jesus Cristo é Senhor [cargo máximo], para a glória de Deus, o Pai.

Mateus 28:18
18 E Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. [Jesus recebeu a coroa: a posição de máxima autoridade no Reino de Deus – Líder sobre o povo de Deus]

Mateus 23:10 Tampouco sejais chamados ‘líderes’, pois o vosso Líder é um só, o Cristo. [líder ou rei sobre Jacó]

Hebreus 12:2 olhando atentamente para o Agente Principal [literalmente Líder principal – cargo máximo no Reino] e Aperfeiçoador da nossa fé, Jesus. Pela alegria que se lhe apresentou, ele aturou uma estaca de tortura, desprezando a vergonha, e se tem assentado à direita do trono de Deus

1 Pedro 3:22 “Ele está à direita de Deus, pois foi para o céu; e foram-lhe sujeitos anjos, e autoridades, e poderes.”

O cargo máximo no 'organograma' do Reino de Deus é estar à destra de Deus – é a posição máxima para uma pessoa (não existe cargo acima de Deus) , ou seja, Jesus atingiu o cargo de autoridade máxima sobre “a casa de Jacó” - a coroa – sobre a “Jerusalém de cima”, assim como Davi Jesus atingiu o cargo de Líder do povo de Deus.

Judas 4 '...nosso único Dono e Senhor, Jesus Cristo.'
(Jesus (Davi) é autoridade máxima sobre a 'nação de Israel' )

Atos 3:13 O Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos antepassados, glorificou o seu Servo, Jesus

Atos 17:7(b) E todos estes [homens] agem em oposição aos decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus.”

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Pode-se pensar (erroneamente) que a “coroa de Davi” é dada a Jesus apenas na ocasião que inicia o 'dia do Senhor' ou presença. Uma análise superficial de Rev 6:2 sem levar em conta toda a harmonia contida nas Escrituras pode levar a essa falha e suas intrínsecas contradições ( Jesus – o Davi Maior deveria obrigatoriamente “reinar sobre Jacó” antes do 'dia do Senhor' a fim de usar as 'chaves de Davi' (Rev 3:7) para abrir as portas de esperança celestial e formação do Reino do Israel de Deus).
Apoc 6:2
"e foi-lhe dada uma coroa, e ele saiu vencendo e para completar a sua vitória"

Note na frase que diz que 'foi-lhe dada' (particípio passado) uma coroa e ele 'saiu vencendo'. Qual foi a maior vitória de Jesus? Foi a resposta que ele forneceu quanto à questão da Soberania Universal de Jeová.
Ele 'saiu vencendo' desde que ele disse em João 16:33 “eu venci o mundo.”
Foi justamente essa vitória que fez dele “Senhor”.
Assim desde que ele “saiu vencendo” ele tem agido com autoridade régia sobre o trono de Davi (a sua jurisdição). Durante o dia do Senhor ele “completará a sua vitória”
Vale lembrar também que é típico em outras passagens de Revelação apontar para eventos que ocorreram antes do dia do Senhor, Exemplo:
Rev 12:4 “e a sua cauda arrasta um terço das estrelas do céu, e as lançou para baixo à terra.”
Possivelmente apontando para o fato que Satanás desencaminhou os anjos antes do Dilúvio (muito tempo antes dessa guerra nos céus).

As Estrelas caírem do céu se referem aos ungidos serem demovidos do céu (na época ainda não tinha chegado a essa conclusão. )
Pra um exame dessa passagem de Revelação:
http://exatoverdade.blogspot.com.br/2013/02/as-estrelas-cairao-do-ceu.html
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Continuando com alguns textos que mostram a posição de autoridade máxima ocupada por Jesus, como “reinando sobre Israel de Deus”:

Efésios 1:20-22
20 com que ele [Deus] tem operado no caso do Cristo, quando o levantou dentre os mortos e o assentou à sua direita nos lugares celestiais, 21 muito acima de todo governo, e autoridade, e poder, e senhorio, e todo nome dado, não só neste sistema de coisas, mas também no que há de vir. 22 Sujeitou também todas as coisas debaixo dos pés dele, e o fez cabeça [rei] sobre todas as coisas para a congregação [rei sobre Israel de Deus ou casa de Jacó]

Conforme Jeová dissera: “Põe no alto o rebaixado” - (Ezequiel 21) – Jesus, “o rebaixado” foi posto no 'alto' “muito acima de todo governo”. Jesus herdou o reino dos céus.

Heb 1:6 Mas, ao trazer novamente o seu Primogênito à terra habitada, ele diz: “E todos os anjos de Deus lhe prestem homenagem.” [Jesus saudado como Rei na Jerusalém celestial]

Col 2:10
10 E assim possuís uma plenitude por meio dele [Jesus],
sendo ele [Jesus] a cabeça de todo governo e autoridade. [ 'a cabeça', ou autoridade máxima, ou rei do governo de Deus – cabeça: posição máxima do 'organograma' ]

Col 1:13 Ele nos livrou da autoridade da escuridão e nos transferiu para o reino do Filho do seu amor [Jesus tem um reino em que ele reina dentro de sua própria jurisdição]

Heb 1:3 Ele é o reflexo da [sua] glória e a representação exata do seu próprio ser, e sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder; e, depois de ter feito uma purificação pelos nossos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas [ cargo ou posição máxima na Jerusalém 'de cima']. 4 De modo que ele se tornou melhor do que os anjos [sendo rei deles], a ponto de ter herdado um nome mais excelente do que o deles.

Heb 1:8-9
8 Mas, com referência ao Filho: “Deus é o teu trono para todo o sempre, e [o] cetro do teu reino é o cetro da retidão. 9 Amaste a justiça e odiaste o que é contra a lei [fato demonstrado pela forma em que “reinou” na Jerusalém terrestre]. É por isso que Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de exultação mais do que a teus associados.”

A Entronização:
Jesus é Rei do Reino dos Céus desde 29 EC. Jesus foi entronizado Rei quando após ressuscitar ascendeu aos céus – à destra de Deus - “Deus é o teu trono para todo o sempre”
(Jesus não teve que esperar até 1914) – Jesus passou a reinar “em seu trono” - à destra de Deus, sobre “a casa de Jacó” para todo o sempre. Jesus passou a exercer o seu cargo de Rei no Reino de Deus por ser a “Mão Direita de Deus”, ou seja, aquele que a parir dos séculos a frente trabalharia em seu reino para executar a vontade de Deus.

João 3:35 “O Pai ama o Filho e tem entregue todas as coisas na sua mão” [incluindo a coroa 'do trono Davi' - Jesus tem o direito legal para isso – líder do povo Israel ].

             Jesus - Rei e Sacerdote no Reino de Deus

Leiamos Hebreus 6:20 – 7:1,2:
20 onde um precursor entrou a nosso favor, Jesus, que se tornou sumo sacerdote para sempre à maneira de Melquisedeque.
1 Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que foi ao encontro de Abraão, quando [este] voltava da matança dos reis, e o abençoou, 2 e a quem Abraão repartiu um décimo de todas as coisas, é primeiramente, por tradução, “Rei da Justiça”, e é então também rei de Salém, isto é, “Rei da Paz”.

O texto acima descreve Jesus como líder do povo Israel , no cargo de 'rei de Salém celestial' – Jesus tornou-se Rei e Sacerdote 'da tribo de Judá' (Heb 7:14)
Portanto Jesus é o precursor da esperança que os filhos do reino terão durante a presença de Cristo: se tornarão reis e sacerdotes da mesma forma que Jesus Cristo já é (desde que ascendeu aos céus) – Rev 5:10
Os cristão ungidos adquirirão , ao serem ressuscitados, a mesma glória – como Reis e Sacerdotes no Reino de Deus - que o próprio Jesus já adquiriu ao ser ressuscitado e ascender aos céus.
Jesus é Rei e Sacerdote do Reino de Deus desde o primeiro século. (2 Tessal 2:14)

                          A entronização do Rei
As Escrituras nos permite “ver” com detalhes a entronização do Rei Jesus no Reino de Deus:

Atos 1: 9 E, depois de dizer estas coisas, enquanto olhavam,[o Filho do Homem - Jesus] foi elevado e uma nuvem o arrebatou para cima, fora da vista deles.
Daniel 7:13-14
13 “Continuei observando nas visões da noite e eis que aconteceu que chegou com as nuvens dos céus alguém semelhante a um filho de homem [Jesus]; e ele obteve acesso ao Antigo de Dias [Jeová], e fizeram-no chegar perto perante Este. 14 E foi-lhe dado domínio, e dignidade, e um reino, para que todos os povos, grupos nacionais e línguas o servissem. Seu domínio é um domínio de duração indefinida, que não passará, e seu reino é um que não será arruinado.

Jesus, o Filho do Homem, ascende aos céus e viaja até os lugares celestiais e chega na presença do Antigo de Dias – Jeová. Por sua vez, conforme o pacto que Jeová fizera a Jesus – de um reino (Lucas 22:29), Jeová cumpre seu pacto e dá a Jesus o reino e toda autoridade dentro de seu domínio – dentro de sua jurisdição.
Pessoas de todos os povos, grupos nacionais e línguas , ou seja, pessoas de todas as nações (Leia Atos 15:14-18) passariam a servir ao Rei, ao Senhor Jesus Cristo. Jesus passa a reinar sobre os anjos nos céus e sobre os cristãos na terra - “Israel”. Começaria a era Cristã das Testemunhas de Jeová – desde o primeiro século.

Comparemos neste momento os textos de 1 Cor 15:24-26, Hebreus 10:12 e Atos 2:34-36

1 Cor 15:24-26
A seguir, o fim, quando ele entregar o reino ao seu Deus e Pai, tendo reduzido a nada todo governo, e toda autoridade e poder. 25 Pois ele tem de reinar até que [Deus] lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. 26 Como último inimigo, a morte há de ser reduzida a nada. 27 Pois [Deus] “lhe sujeitou todas as coisas debaixo dos pés”. Mas, quando diz que ‘todas as coisas foram sujeitas’, é evidente que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas.

Heb 10: 12 Mas, este [homem] ofereceu um só sacrifício pelos pecados, perpetuamente, e se assentou à direita de Deus, 13 daí em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo dos seus pés.

Atos 2:34-36 34 Realmente, Davi não ascendeu aos céus, mas ele mesmo diz: ‘Jeová disse a meu Senhor: “Senta-te à minha direita, 35 até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés.”’ 36 Portanto, que toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez tanto Senhor como Cristo, a este Jesus, a quem pregastes numa estaca.”

Analisemos as frases (I), (II) e (III) abaixo:

(I)“Pois ele tem de reinar até que [Deus] lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés.”

Pergunta: Até quando Jesus deve reinar?
Até que [Deus] lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés.
Portanto Jesus deve reinar enquanto ainda existir inimigos 'acima' dos seus pés. Ou seja, Jesus deve reinar enquanto ainda existirem outras autoridades e poderes atuando, ou colocando de outra forma: Jesus deve Reinar enquanto houver outras jurisdições inimigas (Diabo, nações de homens, Morte, Hades). Deus submete conforme Sua Vontade essas outras jurisdições à autoridade do Reino de seu Cristo Jesus (expandindo a jurisdição ou competência do Reino de Deus)

A outra frase:
(II) Senta-te à minha direita, 35 até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés.
Jesus estar à direita de Deus significa que ele já reina no Reino dentro de sua competência. Deduzimos de (I) e (II) a seguinte frase: Reina à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés.
Agora a frase (III):
(III) e se assentou à direita de Deus, 13 daí em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo dos seus pés.

Jesus 'espera' Jeová lhe ampliar à sua jurisdição ou área de competência a fim de exercer autoridade sobre “esse novo território” e operar com seu poder e autoridade sobre ele.
Assim o Reino de Deus é um reino em expansão e quem amplia a jurisdição desse Reino é Jeová conforme Sua vontade, e ele faz isso em Seus próprios tempos e épocas - Atos 1:7
A cada novo 'território' conquistado Jesus – “à mão Direita de Deus” executa a vontade de Jeová nessa nova área de atuação. (Êxo 23:27-30 Ecle 1:9)
Portanto, novamente, Jesus reina no meio de outras jurisdições ou autoridades desde o primeiro século EC.

E por fim notamos abaixo aqueles que atuam no planeta terra representando o Rei do reino de Deus:

2 Coríntios 5:20 Somos, portanto, embaixadores, substituindo a Cristo, como se Deus instasse por nosso intermédio. Rogamos, como substitutos de Cristo: “Sede reconciliados com Deus.”

Um embaixador serve para representar um reino ou nação existente e real em um território estrangeiro. Não existe embaixador se não houver um reino ou nação a ser representada. É por isso que os cristãos ungidos possuem sua 'cidadania nos céus' (Fil 3:20)
Os cristãos ungidos são embaixadores do reino dos céus, da Jerusalém celestial, cujo rei ou cargo de autoridade máxima dentro desse reino é ocupado pelo rei Davi Maior – o Rei Jesus Cristo.
A embaixada na terra ou no mundo representando o 'Reino do Filho' é a congregação de cristãos ungidos ou corpo de Cristo. O exercício da autoridade desse Reino, tanto nos céus como na embaixada está limitada à sua jurisdição – Assim Jesus exerce todo domínio apenas dentro de sua jurisdição.

Portanto fica evidente que o trono de Davi deixou de estar vago quando Jesus passou a reinar sobre “a casa de Jacó“.

A posição que Jesus passou a assumir à direita de Deus é irrevogável. Não se pode aplicar a Jesus as palavras de alerta que ele disse aos seus irmãos:

Rev 3:11 Venho depressa. Persiste em apegar-te ao que tens, para que ninguém tome a tua coroa.

Nada mais é capaz de tomar a coroa de Jesus (Ninguém pode dizer para ele: 'retira a coroa'). Jesus passou na prova quanto a quem ele reconhecia como Soberano Universal. Por isso o reino do “Davi Maior” é por tempo indefinido, firmemente estabelecido. Sendo que a jurisdição inicial desse reino é “Jerusalém” ou “Judá”.

Jesus, ao ser ressuscitado com espírito imortal e enaltecido à direita de Deus nos céus, herdou todos os direitos do Reino Davídico - incluindo a coroa que representa autoridade máxima sobre esse reinado (dentro da sua jurisdição nos céus e na terra)

Jesus ou Davi Maior passou a exercer o poder sobre a “casa de Jacó” desde os céus por usar espírito santo de Jeová na construção e aumento do Templo de Deus (1 Coríntios 3:16 ). Jesus passou a reinar por usar a 'chave de Davi' (Rev 3:7) – abrindo privilégios relacionados ao Reino ou vetando-os.
Assim Jesus herdou permanentemente o “reino de Davi” passando a reinar sobre o 'Israel de Deus' ou sobre os 'judeus de verdade – no íntimo'.

Atualmente o rei Davi Maior (Jesus) reina em sua cidade de 'Jerusalém de cima' mas o seu reino ainda não está presente em toda a jurisdição no Universo. Assim Jesus reina nos limites de sua jurisdição. Chegará 'o dia' de Jeová vindicar a Sua Soberania Universal legítima, o Direito de Jeová exercer Autoridade sobre TODA jurisdição existente, tanto nos domínios de cima (céus) quanto nos domínios de baixo (terra), nesse 'dia' o Reino de Deus e a autoridade do seu Cristo (o Rei) dominará sobre todo o mundo (todos os mundos: os céus e a terra). A partir desse dia inicia a presença do Reino do Senhor. A jurisdição deste sobre os céus e a terra. O território em que as solas de nossos pés pisam será território ou jurisdição do Reino de Deus.

A vindicação da Soberania de Jeová como o Governador Universal está naturalmente relacionada com os “filhos do reino” ou herdeiros do reino.
Conforme Revelação 12:1,5 a mulher, que representa o conjunto de seres celestiais que se submetem à vontade de Jeová que habitam na Jerusalém celestial (atual jurisdição do reino dos céus), essa mulher dá a luz 'um filho'. Este 'um filho' representa o conjunto de herdeiros (filhos) do reino (e não o próprio reino em si) , a principiar por Jesus, que são ressuscitados para a vida celestial com autoridade e assim herdam o reino como reis deste reino.
Assim que o Davi Maior (Jesus) tiver terminado a construção do Templo de Deus (1 Coríntios 3:16 – 144 mil cristãos herdeiros do reino) na Jerusalém “de cima”, neste ponto, Jeová terá toda a prova material (inquestionável) da legitimidade de Sua Soberania Universal.

Vale lembrar também da relação entre Rei e Salvador conforme exposto no início dessa carta (1 Sam 10:19; 12:12). Se não reconhecermos a Jesus como nosso Rei (desde 29 EC quando foi ungido como tal) tampouco o reconhecemos como nosso Salvador. Jesus passou a salvar (a ser responsável pela salvação) ou exercer seu cargo como Rei Salvador no Reino de Deus desde que recebeu o cargo de Líder (Davi Maior) sobre o povo de Deus. (Atos 13:22-23)

“eu te tenho aprovado”
Ao receber espírito santo de Deus, Jesus escuta a seguinte confirmação de Deus:

Marcos 1:11 e uma voz saiu dos céus: “Tu és meu Filho, o amado; eu te tenho aprovado.

É importante meditarmos sobre essas palavras haja vista a acusação de Satanás contra Deus, de que Deus não confia em suas criaturas, em especial, nos humanos.
Lá no Éden o Diabo disse a Eva:
É realmente assim que Deus disse, que não deveis comer de toda árvore do jardim?” Porque Deus sabe que, no mesmo dia em que comerdes dele, forçosamente se abrirão os vossos olhos e forçosamente sereis como Deus, sabendo o que é bom e o que é mau.”
O Diabo deu a entender que Deus escondera os fatos e privilégios diante dos humanos. Que Deus não confiava nos humanos e portanto escondia algo deles, ou seja, que eles deveriam ser mantidos “cegos” pois não eram dignos de confiança.

As palavras de Jeová dirigidas a Jesus (o último Adão) mostram que o Diabo é Mentiroso.
Deus fizera um pacto com Jesus, que se ele vencesse o mundo, receberia um reino. Antes mesmos de Jesus comprovar a sua lealdade inquestionável a Deus, por morrer numa estaca de tortura, Deus já o havia aprovado. Deus já aprovara Jesus como o Rei do Reino de Deus. Jeová mostrou assim que confiava em suas criaturas humanas. Não nos admira o Diabo fazer de tudo para que Jesus tropeçasse.
Por isso também não faz nem sentido algum achar que Jesus tivesse de esperar mais dois mil anos para herdar a posição de Rei no Reino de Deus, como o próprio Jeová dissera: “eu te tenho aprovado”.

Portanto vimos por meio da análise do pacto Davídico que:
1) Jerusalém permaneceu como embaixada do Reino de Deus, mesmo após 607 AEC, mostrando que o símbolo do Reino de Deus não sofreu interrupção. (depondo contra as premissas (A), (B) e (C) de 1914)
2) O trono de Davi - representando a autoridade máxima no Reino de Deus – não ficou vago por 2520 anos pois Jesus,o Davi Maior, assumiu seu Reino sobre o 'Israel de Deus' ou 'casa de Jacó' (Lucas 1:32-33) ainda no primeiro século. Depondo portanto contra a premissa (D) das bases de 1914.

                 Os Tempos dos Gentios

A partir de agora consideraremos aquilo que Jesus se referiu como 'tempo dos Gentios' ou tempos de designados das nações, conforme lemos em Lucas 21:20-24:

Outrossim, quando virdes Jerusalém cercada por exércitos acampados, então sabei que se tem aproximado a desolação dela. 21 Então, comecem a fugir para os montes os que estiverem na Judéia, e retirem-se os que estiverem no meio dela, e não entrem nela os que estiverem nos campos; 22 porque estes são dias para se executar a justiça, para que se cumpram todas as coisas escritas. 23 Ai das mulheres grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande necessidade na terra e furor sobre este povo; 24 e cairão pelo fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.

Analisemos o contexto dessas palavras:
Como sabemos, o estilo do escritor Lucas é relatar as coisas em ordem cronológica.
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Nota: No Livro ‘Dê Testemunho Cabal’ sobre o Reino de Deus página 151 parágrafo 10, Lemos:

'Assim, a casa de Ticio Justo tornou-se o local onde a recém formada congregação cristã de Corinto se reunia. Se esse relato tiver sido escrito em ordem cronológica, como é o estilo de Lucas, então a conversão daqueles judeus ou prosélitos aconteceu depois de Paulo ter sacudido suas roupas.'

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Atente para a sequência lógica (estilo de Lucas) de ações ou eventos nos versos mencionados acima. Todas essas ações incidem sobre Jerusalém – o sujeito das orações:

0) Jerusalém “em paz”
1) 'Jerusalém cercada'...
2) 'aproximado a desolação dela'
3) 'Jerusalém será pisada'

Assim o contexto impõe obrigatoriamente uma condição de causa e efeito sobre o estado do sujeito , ou seja, sobre Jerusalém. A progressão de ações (verbos) que incidem sobre Jerusalém (sujeito) são os responsáveis pela mudança de estado do sujeito (Jerusalém). Podemos descrever a seguinte máquina de estados ou fluxo sobre Jerusalém:

Estado inicial: Jerusalém 'em paz'. (Estado 0)
Evento: Cerco por exércitos acampados (Causa)
Próximo estado (Efeito): Jerusalém cercada (Causa)
Próximo estado (Efeito): aproximado a desolação (Causa)
Próximo estado (Efeito): Jerusalém pisoteada ou desolada.

0)Jerusalém em paz → 1) 'Jerusalém cercada' → 2) 'aproximado a desolação dela' → 3) Jerusalém pisoteada

O estado inicial ('Jerusalém em paz') é facilmente decorrido do contexto. Na verdade aquilo que levou a todas essas palavras de Jesus nesse capítulo de Lucas foi justamente a discussão em torno de Jerusalém em seu estado inicial, lemos (Lucas 21:5-7):
5 Mais tarde, visto que havia certos falando sobre o templo, que este estava adornado com pedras excelentes e com coisas dedicadas, 6 ele disse: “Quanto a estas coisas que estais observando, virão os dias em que não ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.” 7 Interrogaram-no então, dizendo: “Instrutor, quando serão realmente estas coisas e qual será o sinal quando estas coisas estão destinadas a ocorrer?”

Note que Jesus disse “virão os dias” “não ficará” - futuro

Portanto o contexto do relato de Lucas indica uma relação de causa e efeito (estilo Cronológico) a respeito de Jerusalém ( não ficar pedra sobre pedra no Templo (dentro de Jerusalém), de Jerusalém ser cercada por exércitos, de se aproximar a desolação dela e de , finalmente, ser pisada).

O Entendimento que vem sido aplicado por nós Testemunhas de Jeová referente à expressão no verso 20: 'Jerusalém cercada por exércitos acampados', é essa passagem ser interpretada como se aplicando à cristandade na ocasião em que a "coisa repugnante que causa desolação" atacar a cristandade.

Por outro lado, quatro versos depois (no mesmo contexto) a mesma Jerusalém é interpretada como representando o Reino de Deus na Terra.

Tal tipo de interpretação se caracteriza como uma interpretação dúplice (A mesma coisa, no mesmo contexto, tendo dois sentidos diferentes) ( Ezequiel 12:24).
Seria o mesmo que, em lógica, defender o seguinte:

Seja X ('Jerusalém'), afirmamos que:
A) X + 3 = 10;
B) X + 5 = 11;

Em A) temos que X = 7, em B) temos que X = 6. Não seria isso uma interpretação dúplice e equivocada para X ?
Pois estaria afirmando que 6 = 7 que é logicamente errado ou mentira.

Jeová sendo um Deus que ama a Verdade não permite interpretação dúplice (Ezequiel 12:24). As Escrituras Sagradas produzidas pela Maior Mente do Universo - Jeová, deve passar pelo escrutínio da lógica. Afinal de contas, Jeová é o Grande Matemático. Jeová se apega aos seus próprios princípios condenando portanto erros de lógica. ( Ezequiel 12:24)
O Raciocínio Lógico é uma das ferramentas que nos ajudam a crer em Deus (vide prólogo).

A interpretação correta dessa passagem de Lucas não pode violar a continuidade e integridade contextual , não pode violar o estilo lógico nem a relação Causa/Efeito nesses versos e nem estar em desarmonia com o resto das Escrituras.

Voltando na progressão de estados de Jerusalém':

Estado inicial: Jerusalém 'em paz'.
Evento: Cerco por exércitos acampados (Causa o)
Próximo estado (Efeito): Jerusalém cercada (Causa o)
Próximo estado (Efeito): aproximado a desolação (Causa o)
Próximo estado (Efeito): Jerusalém pisoteada ou desolada.

O Efeito (Jerusalém pisada pelas nações) não pode vir ou se cumprir antes da Causa (Jerusalém cercada por exércitos [das nações] )

O Efeito (até então entendido no ensino de 1914 como se cumprindo em 607 AEC) não poderia ocorrer ANTES da Causa desse Efeito: quando virdes Jerusalém cercada por exércitos.

Portanto relacionar os tempos dos gentios, o seu início, à data de 607 AEC viola o princípio lógico de Causa e Efeito e viola a condição obrigatória de ausência de duplicidade nas Escrituras. - depondo contra o item (E) de 1914.


Portanto atribuir o início dos tempos dos gentios à data de 607 AEC viola o princípio lógico de causa e efeito.

Ponderemos ainda sobre a questão abaixo:
O que representava Jerusalém para os discípulos que ouviram essas palavras, ou melhor ainda, o que representava Jerusalém para Jesus, aquele que disse essas palavras?

Em harmonia com tudo o que já consideramos até agora nessa carta vemos que Jerusalém era, conforme o próprio Jesus Cristo reconheceu, 'a cidade do Grande Rei', ou cidade santa (Mateus 5:35 , Mateus 4:5, Lucas 4:9, Mateus 27:53).
Jerusalém era o lugar onde Jeová escolhera colocar o seu Nome, portanto Jerusalém era um lugar santo (onde 'residia' o nome de Deus)

Conforme exposto exaustivamente, Jesus reconhecia e muito a santidade de Jerusalém e seu Templo:

Mateus 23:21 "e quem jurar pelo templo, está jurando por ele e por aquele que habita nele; "

Mateus 5: 35 "...Não jureis absolutamente... nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.

Lucas 19:46 dizendo-lhes: “Está escrito: ‘E a minha casa será casa de oração’,

Lucas 2: 49 Mas ele lhes disse: “Por que tivestes de ir à minha procura? Não sabíeis que eu tenho de estar na [casa] de meu Pai?

Lucas 19: 41" E quando chegou perto, contemplou a cidade [Jerusalém] e chorou sobre ela"

Lucas 2:37 "...e ela era viúva, já com oitenta e quatro anos de idade), que nunca estava ausente do templo, prestando noite e dia serviço sagrado... "

Lucas 19:47 "Outrossim, [Jesus] ia diariamente ensinar no templo."

Lucas 24:502"....e voltaram para Jerusalém com grande alegria. 53 E estavam continuamente no templo, bendizendo a Deus."

Mesmo para os cristãos após 33 EC, Jerusalém ainda era um lugar santo (onde o Nome de Jeová residia):

Atos 2:46 E dia após dia assistiam constantemente no templo, de comum acordo, tomando as suas refeições em lares particulares e participando do alimento com grande júbilo e sinceridade de coração

Atos 3:1 Ora, Pedro e João estavam subindo ao templo para a hora da oração, a nona hora,

Atos 21 26 Paulo tomou então consigo os homens, no dia seguinte, e purificou-se cerimonialmente junto com eles, e entrou no templo, notificando os dias a serem cumpridos para a purificação cerimonial, até se apresentar a oferta para cada um deles. 27 Ora, quando os sete dias estavam para se concluir, os judeus da Ásia, observando-o [Paulo] no templo, começaram a lançar toda a multidão em confusão, e deitaram mãos nele

Atos 22:17 “Mas, tendo eu voltado a Jerusalém e estando a orar no templo, caí em transe 18 e o vi dizer-me: ‘Apressa-te e sai ligeiro de Jerusalém, porque não concordarão com o teu testemunho a respeito de mim.’

Atos 24:11 "visto que estás em condições de descobrir que, quanto a mim, não faz mais de doze dias desde que subi para adorar em Jerusalém; 12 e eles não me acharam no templo argumentando com alguém, nem causando que se formasse uma turba, tampouco nas sinagogas ou em toda a cidade. "

Atos 25 : 8 "Mas Paulo disse em defesa: “Nem contra a Lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César cometi qualquer pecado.”

Ou seja, Jerusalém e seu Templo não era uma coisa "impura" ou falsa para os cristãos do primeiro século (muito longe disso!) tal como o é a cristandade . Jerusalém ainda era um lugar santo, até então usado pela adoração verdadeira – onde muitos cristãos adoravam em seu Templo.
Ou seja, Jerusalém de forma alguma poderia representar profeticamente a cristandade.
Jerusalém estava associada intimamente ao nome de Jeová, era a cidade do Grande Rei, associada ao reino do Grande Rei Jeová, era a cidade santa, lugar santo, onde os cristãos serviam a Jeová no pátio externo de Seu grandioso Templo.
Está a atual cristandade associado aos predicados anteriormente mencionados a respeito de Jerusalém? De forma alguma!

Só existe um lugar ou povo na terra atualmente que possui esses predicados que eram os mesmos de Jerusalém: associado intimamente ao nome de Jeová, a cidade do Grande Rei, associado ao reino do Grande Rei Jeová, a cidade santa, lugar santo, onde os cristãos [ungidos] servem a Jeová no pátio externo de Seu grandioso Templo.

Tal conclusão está em harmonia com aquilo que Jesus disse em Marcos 13:14
No entanto, quando avistardes a coisa repugnante que causa desolação estar de pé num lugar onde não devia (que o leitor use de discernimento), então, comecem a fugir para os montes os que estiverem na Judéia.

"estar de pé num lugar onde não devia” - Se os poderes políticos atuais estivessem agindo na cristandade a fim de desolá-la...não poderíamos chamar isso de "estar de pé num lugar onde não devia ". Como sabemos, eles até devem fazer isso.(Rev 17:17)

Só existe um “lugar” na terra atualmente onde 'a coisa repugnante' não pode ou não deve estar: o lugar onde reside o nome de Jeová Deus: o lugar santo.
'Conforme falado por intermédio de Daniel'

Lembre-se por favor do contexto dessa profecia (a respeito dos tempos dos gentios – de Jerusalém ser pisada) conforme expressa em Mateus 24:15

15 “Portanto, quando avistardes a coisa repugnante que causa desolação, conforme falado por intermédio de Daniel, o profeta, estar em pé num lugar santo, (que o leitor use de discernimento)”

O escritor praticamente exige que relacionemos, conforme o contexto e toda harmonia Bíblica, o período de Jerusalém (lugar santo) ser cercada, e por fim desolada e pisada durante 'os tempos dos gentios' com a profecia em Daniel.

Em Daniel 11:31, lemos:

31 E erguer-se-ão braços procedentes dele [Rei do Norte]; e eles hão de profanar o santuário, o baluarte, e remover o [sacrifício] contínuo. “E hão de constituir a coisa repugnante que causa desolação.

Vemos portanto que o rei do Norte (a coisa repugnante) há de profanar o lugar santo, o 'baluarte' e remover o sacrifício contínuo:

Ou seja, isso nos levar a crer que, no futuro, um regime tirânico removerá o sacrifício contínuo relacionado com o fruto dos lábios, a obra de pregação e produção de literaturas bíblicas que ensinam sobre Jeová e Seu Reino. (Lembre-se que a revista A Sentinela é publicada sem interrupção [continuamente] pelas Testemunhas de Jeová desde 1879 - página 2 – A Sentinela)

Voltemos agora às palavras de Jesus sobre 'os tempos dos gentios'

'Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.' - Lucas 21:20

Acreditamos que Revelação 11:1-2 lance ainda mais luz sobre as palavras de Jesus quanto a Jerusalém ser pisada pelas nações:

Rev 11:1,2
1 E foi-me dada uma cana igual a uma vara, ao dizer-me ele: “Levanta-te e mede o [santuário do] templo de Deus e o altar, e os que nele adoram. 2 Mas, quanto ao pátio que está de fora do [santuário do] templo, lança-o completamente fora e não o meças, porque foi dado às nações, e elas pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses

Para medirmos a força da relação dessas passagens bíblicas, façamos uma análise Morfológica, Sintática, Semântica e Contextual das frases abaixo:

Lucas 21:24 → chamaremos de passagem de Lucas
'e Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.'

Rev 11:2 → chamaremos de passagem de Revelação
porque foi dado às nações, e elas pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.”

                    Análise Morfológica

Substantivos em Lucas: 'Jerusalém' , 'nações' , 'tempos',
Substantivos em Revelação: 'nações', 'cidade santa', 'quarenta', 'dois', 'meses'.

Verbos em Lucas: 'será' (futuro do presente) , 'pisada' (particípio), cumprirem (futuro do subjuntivo)
Verbos em Revelação: 'foi'(pretérito), dado (particípio) , 'pisarão' (futuro do presente) .

                     Análise Semântica



                     Análise Sintática

Sujeito em Lucas: 'Jerusalém' ( sofre ação do verbo pisar)
Predicado em Lucas: 'será pisada pelas nações, até se cumprirem 'os tempos designados das nações'.[objeto direto]'

Sujeito em Revelação: elas [ as nações ]
Predicado: 'pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses'

Tanto em Lucas quanto em Revelação, podemos afirmar o seguinte:
Quem sofre a ação do pisoteio é 'Jerusalém' ou a 'cidade santa'
Quem pratica a ação de pisotear são 'as nações'.
O pisoteio, nos dois casos, possui um período específico de duração:
Lucas: até se cumprirem os tempos designados das nações.
Revelação: por quarenta e dois meses.

Notamos portanto total similaridade e muita correlação entre a passagem de Lucas com Revelação.
Podemos até mesmo Experimentar trocar (permutar) as frases acima que possuam a mesma cor:

'e a cidade santa será pisada pelas nações por quarenta e dois meses'
porque foi dado às nações, e elas pisarão Jerusalém até se cumprirem os tempos designados das nações

Podemos até mesmo juntar todas as frases numa só:

'e Jerusalém - a cidade santa será pisada pelas nações - e elas pisarão - porque foi dado às nações, até se cumprirem os tempos designados - por quarenta e dois meses'

Veja a correspondência ou similaridade quanto às palavras usadas (Lucas → Rev):

Jerusalém” → “cidade santa”

será pisada pelas nações” → “foi dado às nações, e elas pisarão”

até se cumprirem os tempos designados das nações.” →
por quarenta e dois meses”

Ainda mais, essas palavras não são apenas relacionadas em sua morfologia, semântica, sintaxe , são também quanto ao contexto em que elas foram ditas:

No caso das Palavras registradas em Lucas note o contexto inicial da conversa que gerou todas essas palavras de Jesus:

Lucas 21:5
5 Mais tarde, visto que havia certos falando sobre o templo, que este estava adornado com pedras excelentes e com coisas dedicadas, 6 ele disse: “Quanto a estas coisas que estais observando, virão os dias em que não ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.” 7 Interrogaram-no então, dizendo: “Instrutor, quando serão realmente estas coisas e qual será o sinal quando estas coisas estão destinadas a ocorrer?”

falando sobre o templo”- localizado dentro da cidade santa.

'não ficará' [futuro] aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada. - pedra derrubada no chão, pisoteada – no futuro.

'quando serão' – Falando do Futuro
qual será” - Falando do Futuro
estão destinadas a ocorrer” - ainda não ocorreram mas estão destinadas a ocorrer – Futuro.

Jesus, nesse capítulo 21 de Lucas, estava se referindo contextualmente aos eventos que ocorreriam no futuro, durante o Futuro dia do Senhor, durante a sua futura presença.
Vale lembrar que Jesus conjugou o verbo "ser" no Futuro do Presente: "Jerusalém será pisada".
O Futuro do Presente é usado para falar de ação ou acontecimento que ocorrerá no futuro relativamente ao momento em que se fala.


Da mesma forma, o livro de Revelação descreve os eventos que ocorreriam durante o dia do Senhor ou presença de Cristo, ou seja, na mesma época futura ou mesmo contexto histórico dos eventos descritos em Lucas 21.
Como lemos em Rev 1:10:
Por inspiração, vim a estar no dia do Senhor.

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Nota:
É óbvio que o pisoteio não poderia ter começado em 70 EC com a destruição de Jerusalém pelos romanos. O que mostra que não começou em 70 EC é justamente o texto de Rev 11:2 – pois Revelação foi escrito cerca de 20 anos após o cumprimento primário em 70 EC (Destruição de Jerusalém) , mostrando que essas palavras de Jesus em Lucas 21:24, teriam uma aplicação futura (assim como vários outros sinais da presença) .
A realidade é que o texto de Revelação 11:2 complementa Lucas 21:24 posicionando-o , conforme o próprio contexto de Lucas, durante a terminação do sistema de coisas – no futuro.
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Conforme já analisamos, a 'cidade santa' a ser pisoteada deve necessariamente estar relacionada ao nome de Jeová, pois é justamente esse nome que torna 'algum lugar' 'santo'. (Lembremos R= J/d)

O texto de 1 Pedro 2:9 também lança luz naquilo que seria a 'cidade santa' a ser pisoteada:

1 Pedro 2:9
Mas vós sois “raça escolhida, sacerdócio real, nação [cidade] santa, povo para propriedade especial, para que divulgueis as excelências” daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz”

Assim, de acordo com essa passagem, a 'cidade santa' ou 'lugar santo' a ser profanado pela coisa repugnante que causa desolação é a 'nação santa' são os remanescente da semente, a congregação de cristãos ungidos ainda na terra (o único e real 'lugar santo' na terra onde Jeová colocou o Seu Nome)

O Nome de Jeová, a Sua Teocracia e Adoração “reside” na congregação de cristãos ungidos para que eles “divulguem as excelências” do Reino de Deus. Isso faz deles 'um lugar santo' (Jesus não disse: um lugar que 'parece' santo)

A relação entre Lucas 21:24 e Revelação 11:2 nos permite não apenas posicionar os tempos dos gentios no futuro – no dia do Senhor, mas também saber a sua duração:

" Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações*."
"As nações pisarão a cidade Santa por quarenta e dois meses"

Logo, da 'equação' acima temos que:
Os tempos designados das nações eqüivalem a quarenta e dois meses; a serem contados num ponto no futuro durante o dia do Senhor ou terminação do sistema. Portanto não há razões bíblicas para extrapolarmos o período “dos tempos dos gentios” para 7 tempos, pois a duração, conforme explicitado nas Escrituras é de 3 tempos e meio ou 1260 dias ou 42 meses.

Assim tanto Revelação 11:2 como Lucas 21:24 parecem muito profetizar sobre o mesmo assunto, ambas apontando para o futuro: o tempo que será dado às nações para pisar a organização de Jeová na terra, de modo que é ilógico usar "o tempo designado das nações" como prova substancial para a data de 1914 (item (E)) . O tempo designado das nações se refere assim a um evento futuro – não para o passado.

Mui provavelmente os 'tempos dos gentios' refletirá o período de Refinamento dentro da organização de Deus, que, obrigatoriamente, Jeová deve efetuar antes de executar julgamento sobre o mundo. (Jerem 46: 28 , Jeremias 25:29 , 1 Pedro 4:17 )

Tal pisoteio sobre o povo de Jeová por parte do 'Caldeu', armará o palco para o contra-ataque de Deus no Armagedom:
1 Coríntios 3:17:
Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; pois o templo de Deus é santo, [templo] esse que sois vós.”

Conclusão
Portanto, de tudo até aqui analisado somos levados a concluir que o ensino de 1914 não se harmoniza com os fundamentos das Escrituras.

Note que não é o objetivo dessa carta re-interpretar todas as importantes profecias relacionadas à presença de Jesus Cristo e terminação do sistema de coisas. Estamos apenas chamando a atenção para a necessidade inerente de se fazer isso (re-interpreta-las) visto que 1914 constitui discrepância com os fundamentos das Escrituras.

Ou seja, sendo 1914 um erro, existe necessidade de re-análise nas profecias relacionadas ao 'dia do Senhor'.

Por exemplo: A profecia dos 7 tempos de Daniel parece indicar para um futuro governo tirânico, uma nova Babel ou Babilônia – o 'Caldeu' (oitavo rei) , com características de uma fera, totalmente destituído de valores civis e republicanos ('coração de homem' vira 'coração de fera').Um período de perda dos direitos civis e constitucionais tais como a perda de liberdade religiosa e de expressão. (Daniel 4:16, Rev 17:13). Assim como a Babel do passado, tal governo tirano exigiria intervenção divina para livrar a humanidade da escravidão total (Gen 11:7). O período da terminação (com data de início indeterminável - Atos 1:7) poderia até mesmo durar 'sete tempos' ou sete anos (Deuteronômio 15:1, período de Rev 11:2 [abismo ou guerra no sistema] mais período de Rev 13:5 quando a fera sai do abismo ).

Alguns talvez fiquem desconfortáveis com a noção de uma “futura parousia”, pois poderia achar que, de alguma forma, a “futura presença” indique que Jeová e Jesus não tenha ajudado atualmente ao Seu povo ANTES da terminação do sistema de coisas. Como vimos nessa carta, Jesus tem atuado desde o primeiro século como Rei e líder do povo de Deus. Jesus é Rei sobre a casa de Jacó, sobre o povo Israel. E o fato de temos milhares de pessoas chamadas pelo nome de Jeová atualmente mostra que o Davi Maior tem lutado a favor do “povo de Israel”, a favor do lugar onde reside o Nome de Jeová: a organização de Jeová - a embaixada do Reino de Deus.
Lembremo-nos das palavras de Jesus:
Mateus 28:18
E Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. 19 Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo, 20 ensinando-as a observar todas as coisas que vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema de coisas.

Portanto lembre-se que Jesus tem atuado desde muito tempo atrás, conforme as palavras acima, sobretudo com relação às boas novas do Reino desde o primeiro século e através da História – por meio dos sinceros cristãos sempre gradualmente promovendo e dirigindo uma campanha mundial de pregação das boas novas de seu Reino messiânico, unindo todas as pessoas sinceras e amantes da justiça na adoração do único Deus verdadeiro, Jeová, e esclarecendo e refinando progressivamente 'o povo de Israel', para se amoldarem cada vez mais às normas divinas' - Cumprindo assim o que ele prometera:
' E eis que estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema de coisas. '

As Quatro Guerras Mundiais

O livro de Bíblico de Daniel parece descrever perfeitamente cada uma das grandes guerras mundiais que afligiram, e afligirão, a humanidade:
Comecemos pela Primeira Guerra Mundial:

Daniel 11:25 “E ele despertará seu poder e seu coração contra o rei do sul, com uma grande força militar; e o rei do sul, da sua parte, excitar-se-á para a guerra com uma força militar extraordinariamente grande e poderosa. E ele não se manterá de pé, porque maquinarão ardis contra os seus ardis. 26 E os mesmos que comem os seus petiscos causarão a sua derrocada.
E quanto à sua força militar, será levada de enxurrada e muitos hão de cair mortos.
27 “E no que se refere a estes dois reis, seu coração se inclinará a fazer o que é mau, e a uma só mesa continuarão a falar mentira. Mas nada será bem sucedido, porque [o] fim é ainda para o tempo designado.

A Primeira Guerra Mundial se enquadra perfeitamente na descrição acima, sendo esta uma guerra que envolveu “uma força militar extraordinariamente grande e poderosa“ – como nunca antes na História.
Foge do escopo desta carta a discussão detalhada quanto a identificação do Rei do Norte e do Sul, mas basicamente acreditamos que essa intriga entre esses dois reis seja a óbvia e constante intriga entre duas forças opostas de governança: A Monarquia versos A República, ou seja, o Imperialismo Britânico, que desde os tempos das colônias o lema é: “Dividir para conquistar” contra a República dos Estados Unidos da América.
Essas duas nações aparentam ser “amigas”, como que “comendo a uma só mesa”, mas na realidade representam forças antagônicas.

A História do Imperialismo per si sempre se opôs à República, não devemos imaginar que hoje seja diferente (A Bretanha de fato é a continuação moderna do antigo rei do Norte: O Império Romano, onde o chefe de Estado é também o chefe da Igreja.)
Com certeza tal Grande Guerra que envolveu uma “força militar extraordinariamente grande e poderosa” mexeu com os sentimentos de todos , inclusive com os dos cristãos, que fatalmente seriam levados a crer que tal acontecimento seria “o início do fim”, no entanto, conforme as próprias palavras proféticas: “ [o] fim é ainda para o tempo designado”.

Então veio a Segunda Guerra Mundial com grande correlação com as palavras de Daniel 11:29

29 “Retornará no tempo designado e virá realmente contra o sul; mas no fim não virá a ser como foi no princípio. 30 E certamente virão contra ele os navios de Quitim e ele terá de ficar desalentado.

IBM, Ford, GM, Bank of England – foram alguns dos patrocinadores do Nazismo.

Apesar dos “ilustres” contribuidores do Terceiro Reich houve um grande fator para a derrota nazista: “os navios de Quitim” - a frota naval Americana.

Por fim, a próxima grande guerra – no tempo do fim:

Daniel 11:40 “E, no tempo do fim, o rei do sul se empenhará com ele em dar empurrões, e o rei do norte arremeterá contra ele com carros, e com cavaleiros, e com muitos navios; e ele há de entrar nas terras, e inundar, e passar.

O rei do Sul – EUA – está destinado a perder tal guerra – a ser “inundado”. Durante esse tempo, das cinzas dessa guerra, ou do abismo, uma nova forma de governança tirânica há de surgir no cenário mundial e ir para a destruição: o Oitavo rei. (Rev 17:10-14)
A República, com sua Constituição ou Coração daquele do gênero humano, com as liberdades individuais, com os direitos civis - onde muitas nações encontram abrigo em suas folhagens e buscam sombra debaixo dela, e que serve como alimento de esperança para muita “carne” - uma forma de governo onde há “alimento” ou oportunidade para todos – A República dará lugar a um “coração de animal” - se tornará uma Fera (Daniel 4:10-17)

Não precisaremos ficar “desalentados de terror” durante o “tempo do fim”, pois Jeová Deus nesse tempo terá expandido as jurisdições do atual reino do seu Rei Jesus sobre o mundo a fim de salvar a Humanidade – o reino da humanidade tornar-se-á também o reino de nosso Senhor e de seu Cristo. (Rev 11:15)
Jesus, o Salvador Rei de “Israel” livrará a humanidade das garras da Fera travando a última Grande Guerra – dessa vez uma Guerra justa: o Armagedom (Rev 17:14) – nenhum justo perecerá nesta Guerra (Prov 2:21,22 ; Salmos 37:10.11 )

               Os dias de Noé

Os dias de Noé significaram todo um conjunto de acontecimentos que precederam o fim de um antigo sistema de coisas: desde quando Deus exercia paciência, até que ele sinalizou a terminação daquele sistema antigo e por fim o grande 'final'. Por isso consideramos importante o estudo detalhado dos eventos que ocorreram nos dias de Noé.

Voltemos para a indagação inicial realizada pelos apóstolos de Jesus:
Mateus 24:3
3 Enquanto estava sentado no Monte das Oliveiras, aproximaram-se dele os discípulos, em particular, dizendo: “Dize-nos: Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?”

(Note que eles não perguntaram quando seria o Armagedom – grego te-los - o fim completo)
De modo que nos próximos versos do capítulo 24 de Mateus, irá se tratar do “sinal da presença de Cristo e da terminação do sistema de coisas”.

Apenas enfatizando (relembrando) o entendimento correto das palavras “presença” e “terminação”:
- “sinal da tua presença” - sinal da “pa-rou-sí-as”
  • terminação do sistema de coisas” - syn-te-leí-as – fim conjunto – fim conjugado – a palavra terminação indica algo que não atingiu o seu fim derradeiro, mas o estágio inicial desse fim completo. (fim completo ou término – do grego té-los)

Para ilustrar, o cenário é como um carro que anda em certa velocidade X, até o ponto em que, por causa do “sinal vermelho” ele sofre uma desaceleração (pisa-se no freio).
O carro para imediatamente? Não! Ele continua em movimento desacelerado até parar por completo (grego té-los – fim completo).

Ilustrando , vamos marcar os eventos desse carro na linha do tempo:


A presença e a terminação abrange o momento em que se “pisa no freio” (sinal vermelho) e transcorre-se um período de tempo, até que o carro pare completamente – velocidade zero. - Fim completo – do grego Te-los
Reformulando, de forma análoga, a pergunta dos discípulos, temos: “Qual o sinal” que indicará uma pisada no freio deste sistema - marcando a terminação do atual sistema de coisas ?
Usando a ilustração:
Qual é a variável aleatória na questão dos discípulos? Qual o ponto crucial na linha de tempo acima?
  • É saber o sinal que indicará o início da presença e da terminação do sistema de coisas – 'o dia e a hora' do 'sinal vermelho' .

Analisando todo o contexto desses versículos, Jesus disse que esse 'dia' seria incalculável pelos anjos, por ele mesmo e muito menos pela mente humana:

Mateus 24:36
Acerca daquele dia (note a palavra 'dia' no singular) e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente o Pai.

24:42 “Portanto, mantende-vos vigilantes, porque não sabeis em que dia (singular) virá o vosso Senhor.”

24:50 “ o amo daquele escravo virá num dia (singular) em que não espera
Marco 13:32 “pois não sabeis quando é o tempo designado”
35: “pois não sabeis quando vem o senhor da casa”

No entanto, embora Jesus dissesse que não fosse possível para nós sabermos “o dia”, ele nos disse para atentarmos para o padrão estabelecido que ocorreu lá nos dias de Noé:

Lemos em Mateus 24:36
36 “Acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente o Pai. 37 Pois assim como eram os dias de Noé, assim será a presença do Filho do homem. 38 Porque assim como eles eram naqueles dias antes do dilúvio, comendo e bebendo, os homens casando-se e as mulheres sendo dadas em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, 39 e não fizeram caso, até que veio o dilúvio e os varreu a todos, assim será a presença do Filho do homem.
Assim o modelo seria os dias de Noé – O que ocorreu nos dias de Noé?
Os dias de Noé podem ser separados em três estágios importantes (esses estágios são definidos por meio da preposição 'até' que denota a mudança no decorrer do tempo de um estado ou ação – Note Atos 13:20 para uma construção similar):

  1. aqueles dias antes do dilúvio...as pessoas comendo e bebendo“. Noé construindo a arca e pregando a justiça...”e Noé fez exatamente assim”
  2. Depois, “o dia em que Noé entrou na arca” e seguiam-no os animais - mas as pessoas não se importaram – não fizeram caso – 'não o perceberam'.
  3. Até que veio o dilúvio e os varreu a todos.

Pensemos:
No caso dos dias de Noé, Qual foi “aquele dia e aquela hora” que ninguém sabia? Qual foi o dia que apenas o Pai sabia? Qual foi o sinal para aquelas pessoas, o evento - o “dia” (note singular) - que não fizeram caso , não o perceberam, sinal esse que indicaria o início da terminação do sistema de coisas?

A resposta é dada por Jesus: “o dia em que Noé entrou na arca”.
Conforme o relato de Gênesis, lemos o que Noé fez antes dele entrar na arca:
Genesis 6:22 “E Noé passou a fazer segundo tudo o que Deus lhe mandara. Fez exatamente assim.” (ou seja, construiu a arca e pregou a justiça – antes 'daquele dia')

E depois disso, o que ocorreu? Lemos:
Genesis 7:1
1 “Após isso [depois], Jeová [ e de fato, apenas o Pai sabia o dia] disse a Noé: “Entra na arca, tu e todos os da tua casa, porque tu és quem eu vi ser justo diante de mim no meio desta geração.”
7:4 “Pois, em apenas mais sete dias [período de terminação] farei que esteja chovendo sobre a terra por quarenta dias e quarenta noites; e vou obliterar da superfície do solo toda coisa existente que tenho feito.”'

7 Noé entrou assim na arca, e com ele seus filhos e sua esposa, e as esposas de seus filhos, antes de [virem] as águas do dilúvio.”...
  1. E aconteceu que sete dias depois [período da terminação daquele sistema] vieram as águas do dilúvio sobre a terra

Raciocinemos:
O que marcou (sinalizou) o período da terminação daquele antigo sistema de coisas? Quanto tempo durou naquele caso? O que serviu de sinal de aviso para aquelas pessoas ('que comiam e bebiam') de que o sistema de coisas daquela época havia atingido o início de sua terminação? Encontramos a resposta no relato: ' o dia em que Noé entrou na arca'

Para ilustrar:


O “dia” em que Jeová ordenasse que Noé entrasse na arca, esse dia indicaria o sinal que o sistema de coisas daquela época estaria em sua terminação – o começo do fim.
E mesmo que a arca já estivesse pronta por muitos anos, apenas o Pai poderia dar a ordem “entra na arca” - ordem essa que indicaria o sinal da terminação do sistema antigo de coisas – a sinteleia / parusia daquela época.

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Nota: Pelo próprio 'bom senso' e pelo próprio contexto de Gênesis capítulo 7, Noé não deve ter esperado o último dia dos sete (justo o sábado) para começar a trabalhar por entrar na arca com os animais, assim ele “entrou na arca” no primeiro dia, desde que ele recebeu a ordem dada por Deus: 'Entra na arca' (sendo esse o sinal para as pessoas da terminação daqueles dias).
A Sentinela 15 de Abril de 2012 também concorda com essa ideia: Lemos na página 23 parágrafo 7: “Sete dias antes de caírem as águas – tempo suficiente para Noé e sua família alojarem os animais na arca - ”.
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Porém, meditemos o seguinte: quando foi que Noé começou a construiu a arca? Será que foi durante o período de sete dias que marcaria a terminação (synteleias) daquele sistema? Não! Foi cerca de 40-50 anos ANTES.
Lemos em 2 Pedro 2:5 “...mas preservou a Noé, pregador da justiça...”

Do mesmo modo, quando foi que Noé começou a ser o 'pregador da justiça' ?Será que foi durante o período da terminação daquele sistema?
Não, não foi. Ele pregou a justiça por muito tempo ANTES do período que marcou a “terminação” daqueles tempos.
Noé pregava muito tempo antes do chamado 'tempo do fim - terminação' - se quer começar, e fazia isso durante muitos anos enquanto ele construía a arca. A própria arca – a medida que ela iria aumentando - servia como testemunho contra as pessoas.
Aí, veio o sinal do Pai: “Entra na arca”
E durante a terminação do sistema, “a descendência de animais” ...”continuaram a vir a Noé”.
E assim será, analogamente, em nossos dias:
Note a ilustração abaixo:

Semelhantemente, a organização de Jeová vem sendo “construída” através de muitas décadas – anos esses que antecedem o sinal “da presença e da terminação” do atual sistema de coisas. Essa construção é acompanhada pela “pregação da justiça” - das boas novas – Marcos 13:10.
Assim – o dia em que o Pai e somente o Pai pisará no freio desse sistema de coisas, dando início a sua terminação, até sua 'parada por completo' no Armagedom – é um evento a ocorrer no futuro, em breve – dado o tamanho da arca e o tempo em que se prega a justiça.
Uma coisa é certa: temos que fazer 'exatamente assim' – construir a arca e pregar a justiça ANTES do 'dia' do sinal da presença. A presença não pode começar com a arca inacabada.
Enquanto a 'arca-organização' de Jeová está em construção, Deus exerce paciência:
1 Pedro 3:20:
'os quais outrora tinham sido desobedientes, quando a paciência de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se construía a arca, na qual poucas pessoas, isto é, oito almas, foram levadas a salvo através da água.'

A 'paciência de Deus' espera nos nossos dias, enquanto se 'constrói' o povo de Jeová, bem como os filhos do Reino (Hebreus 11:7).

A ordem: “Entra na arca” dos dias de Noé, eqüivale aos nossos dias quando Jeová vindicar a sua Soberania estendendo assim o território de atuação ou jurisdição do Rei Jesus Cristo: Jesus será o Rei do mundo. – mas para isso, novamente, a arca-organização de Jeová deve estar pronta. O Templo ,formado por cristãos ungidos, deve estar pronto para ser inaugurado.

O Trabalho efetuado por Noé é totalmente relacionado com o trabalho dos embaixadores do Reino:

Comparando os dias de Noé / nossos dias : Evento a Evento:
O Testemunho: A Paciência de Jeová
A1)Ordem dada a Noé de construir a arca e pregar a justiça – 40/50 anos
A2)Verdadeiros cristãos constroem a “arca-organização de Jeová” e pregam as boas novas em todas as nações por séculos.

B1) Noé fez exatamente assim
B2) Cristãos (ungidos) fazem exatamente assim.

O Sinal – Aquele 'dia' - A Terminação:
C1) Depois disso, Jeová dá o sinal: “Entra na arca” - começa a terminação.
C2) Depois dos cristãos fazerem “exatamente assim”, Jeová dará o sinal que indicará que “Cristo Reina sobre o mundo” - começará a terminação do sistema de coisas – o Reino de Cristo começa a jurisdicionar sobre a terra.

O Fim (completo)
D1) Após a terminação (7 dias), vem o Dilúvio
D2) Após a terminação, vem o Armagedom.
Assim, conforme Tiago 5:7 concluímos:
'7 Portanto, exercei paciência, irmãos, até a presença do Senhor. Eis que o lavrador fica esperando o precioso fruto da terra, exercendo paciência com ele, até que venha a chuva temporã e a chuva serôdia. 8 Vós também exercei paciência; firmai os vossos corações, porque se tem aproximado a presença do Senhor.' [a arca está praticamente pronta]

Vigiai! '“pois não sabeis quando vem o senhor da Arca'

Agradeço por considerarem essa carta.




7 comments:

Pedro Soares Santos said...

Longo demais e com muitos comentários subjetivos. Alguns argumentos revelam que o escritor dá sua propriedade de interpretação que chega ser míope! Quão lamentável!

Paulo Vicentini said...

Pega as tuas próprias palavras e aplica-as a ti mesmo

Elias said...

Parabéns pelo empenho em buscar a verdade irmão Paulo. Li o seu texto e concordo contigo em diversos pontos. E não se engane quanto ao propósito de Jeová e do Senhor Jesus, pois está em andamento.. Logo, o Cristo trará novidades aos perpicazes da terra e os reunirão sobre o seu "cadaver", quanto a isso, não há força que impeça! E míope é quem não enxerga a verdade da palavra de Deus pelo que simplesmente ela diz e persiste em seguir falsas doutrinas.. e lamentável é se encher de orgulho e ter a covardia de não questionar por medo dos fariseus. Abraços irmão.

Roberto said...

Muito bem escrita, revela pesquisa e vasto conhecimento tanto das escrituras sagradas como das publicações das TJ.
Porem, me parece que você ainda não se libertou totalmente dos ensinos das TJ, pois voce cita, Cristãos Ungidos, TJ como sendo a Organização de Jeová,pregação das boas novas feita por eles, como se esses ensinos fossem verdadeiros. Por ex; Não existe 02 classes, cristãos ungidos e cristãos não ungidos, eles não são a organizaçao verdadeira, e eles tambem não pregam as verdadeiras boas novas.
Mas creio, que você quando escreveu essa carta ainda acreditava nesses ensinos, ainda não tinha se libertado, ou talvez, você esperasse que as TJ fossem mudar esses ensinos somente porque recebeu a sua carta com as suas interpretações.
Muitos irmãos antes de você tambem enviaram farto material pra torre de vigia,na esperança que talvez eles mudassem e então corrigissem os erros, como no caso do irmão sueco, Carl Olof Jonnsson, que enviou 05 anos de pesquisa sobre a data de 1914 para o corpo governante e em resultado disso foi desassociado.
Mas creio que devido a suas intensas pesquisas, e ao seu apego á verdade, em breve vai entender completamente que as TJ, estão erradas em muitas mais doutrinas que somente 1914.
Tambem fui dissociado por pesquisar sobre 1914 e chegar as mesmas conclusoes que voce.
Que Deus continue a te abençoar no seu apego pela verdade.
Roberto Oliveira.

Paulo Vicentini said...

Olá Roberto,

Quanto a outros ensinos inconsistentes da WT, por favor queira visitar o index de assuntos.

Especialmente sobre as boas novas:

Verdadeira Boa Nova

Anonymous said...

Esse artigo é exaustiva teoria; mera conjectura e vai de encontro com o que afirma Atos 1.7(TNM): " Disse-lhes ele: “Não vos cabe obter conhecimento dos tempos ou das épocas*+ que o Pai tem colocado sob a sua própria jurisdição distante* da terra.”

Anonymous said...

O ano 1914 é teoria copiada dos adventistas. E mesmo assim não tem consistência, nem base histórica ou bíblica.