A
Conclusão ou Terminação do sistema de coisas nos dias de Noé,
durou o tempo suficiente para Noé realizar o trabalho que faltava:
adentrar e acomodar os animais na arca. A comparação entre os dias
de Noé e a presença de Cristo não é em relação à quantidade de
Tempo e sim nos Eventos ou acontecimentos que ocorreram.
A
terminação do sistema coincidiu com a conclusão do trabalho de Noé
e não com todo o trabalho de Noé desde que começou construir a
arca. Qual a base desse raciocínio? Vejamos:
“os
dias de Noé”
Mateus
24 37 Pois assim como eram os dias de Noé, assim será a presença
do Filho do homem.
Alguns
usam esse texto isoladamente para induzir a seguinte
identidade:
"os
dias de Noé" = "a presença do Filho do homem"
(Hipótese 1 - H1)
Mas
isso é uma dedução falha, pois os dias de Noé (pré diluvianos)
incluem os 600 anos desde seu nascimento até o dilúvio. Todos esses
600 anos podem ser incluídos nos "dias de Noé" se a
identidade acima for considerada literal ou isoladamente.
Portanto
vemos a necessidade de particionar os "dias de Noé"
em momentos ou eventos decisivos apropriados:
Conclusão
(1) - Os dias de Noé não correspondem literalmente ou
integralmente à presença do Filho do Homem. Há a necessidade de
partição desses “dias de Noé”.
Desse
fato, já percebemos que a hipótese H1 é falsa.
Portanto
faz-se por direito a questão: Que parte específica dos “dias de
Noé” corresponderam à terminação?
Bom,
os dias de Noé podem ser divididos em várias fases ou Eventos
importantes:
- Noé Antes do trabalho com a arca ( antes do pacto com Deus)
- Noé pactuado para trabalhar na Arca sob a promessa de Entrar na Arca.
- Noé fez exatamente assim, conclui a Arca
- Noé Entra na Arca, trabalha no ajuntamento dos animais
- Dilúvio
Colocar
a terminação em qualquer um destes 5 eventos (1,2,3,4,5) deve ser
acompanhado por uma justificativa. Não podemos colocar a terminação
em um desses eventos de forma arbitrária.
É
Justamente as palavras de Jesus que nos ajudam identificar o evento
importante que marcou a terminação:
Mat
24: 37 Pois assim como eram os dias de Noé, assim será a presença
do Filho do homem. 38 Porque assim como eles eram naqueles dias antes
do dilúvio, comendo e bebendo, os homens casando-se e as mulheres
sendo dadas em casamento, até o dia em que Noé entrou na
arca, 39 e não fizeram caso, até que veio o dilúvio e os
varreu a todos, assim será a presença do Filho do homem.
Jesus
descreveu 3 eventos em relação aos dias de Noé por meio da
preposição até.
A
preposição até indica o momento no tempo em que certo
processo ou estado sofre alteração ou mudança.
[Estado(1)]
Comiam e bebiam....até o dia em que Noé entrou na arca
[Estado (2)].....até que veio o dilúvio [Estado
(3)]
Voltemos
à pergunta:
Que
parte específica dos “dias de Noé” corresponderam à
terminação?
Baseando-se
nas palavras de Jesus, a terminação corresponde ao Evento
intermediário desde que Noé entra na Arca até o fim
Diluviano.
Tal
entendimento também está em harmonia com todo o contexto de Gênesis
cap 6 e cap 7. Note:
O
pacto de Jeová a Noé envolvia construir a arca e alojar os animais.
Quando
Noé concluiu o seu trabalho? Quando foi a terminação do
trabalho de Noé? Quando Noé efetuou o seu trabalho conclusivo?
Noé
efetuou seu trabalho conclusivo já pactuamente compensado (ele já
havia recebido a autorização de entrar e residir na arca)
Gen
7:1 Após isso, Jeová disse a Noé: “Entra na arca, tu e
todos os da tua casa, (recebeu aprovação do pacto)
Gen
7:5 E Noé passou a fazer segundo tudo o que Jeová lhe mandara.
(a terminação do trabalho de Noé)
A
terminação do trabalho de Noé ocorreu no tempo suficiente para a
conclusão de seu trabalho.
Essa
interpretação também está em harmonia com o que acontece no caso
dos Ungidos:
- Pactuados para um Reino (Lucas 22:29)
- Ordenados a trabalhar, construção do Templo (Mateus 28:18-20)
- “Entram na arca” ou herdam o reino (Início daPresença de Cristo)
- Trabalho final durante o “dia do Senhor” (testemunho final, eventos durante o dia do Senhor)
- Armagedom (fim)
Por
outro lado, consideremos a hipótese:
“A
Terminação do sistema como sendo o início do trabalho de Noé em
construir a arca”
A
terminação coincide com o cumprimento do pacto do reino para os
ungidos ( ressurreição dos ungidos para o reino e a presença ou
jurisdição do reino na terra )
Será
que Noé já havia recebido o pacto no início de seu
trabalho?Claro que não. O relato mostra que não (Gen 6).
Se
colocarmos a terminação daquele sistema como o tempo em que Noé
inicia o trabalho da arca, eqüivaleria dizer que todos os ungidos
trabalharam já com o pacto do reino cumprido. Mas dessa forma o
paralelo não casa, não é perfeito. Seria o caso das palavras de
Paulo: “Será que já começastes a reinar?”
Ademais,
além da divergência acima em termos do paralelo profético,
colocaríamos a terminação como o início da construção da Arca
baseado em que? Arbitrariamente?
Considere
ainda outro ponto, em termos de paralelo profético (conforme
elucidado por Jesus)
Será
que Noé soube com antecedência a data de início da
terminação ( fosse ela o início do trabalho ou a conclusão do
trabalho) ?
Não.
Noé não soube com antecedência nem quando deveria começar a
trabalhar na arca e nem quando poderia estabelecer residência na
arca. Ele apenas soube com antecedência o dia do Fim Diluviano
(Te-los). É isso que os “dias de Noé” indicam.
Por
que desprezaríamos esse detalhe do paralelo profético?
Do
paralelo acima, os cristãos também não saberão o início da
terminação.
Ainda
leve em conta o seguinte: O ajuntamento e entrada sobrenatural dos
animais à arca.
Esse
acontecimento com certeza deixaria qualquer pessoa sincera no mínimo
“intrigada”. Seria um “sinal” para ela de que algo estranho
estava para ocorrer. Mais um paralelo profético a ocorrer durante a
presença: Sinais Espetaculares. Ocorreu esse sinal espetacular
(sobre-humano) desde que Noé iniciou a construção da arca?
A
terminação do sistema antigo foi acompanhado de “sinais
espetaculares”.
Esse
paralelo profético que leva em conta o último período de tempo
( na Bíblia período costuma ser em passos de 7) também está
em harmonia com as palavras de Jesus em Mateus 13: 39
“e
o inimigo que o semeou é o Diabo. A colheita é a terminação
dum sistema de coisas e os ceifeiros são os anjos. 40 Portanto,
assim como o joio é reunido e queimado no fogo, assim será na
terminação do sistema de coisas. 41 O Filho do homem enviará os
seus anjos, e estes reunirão dentre o seu reino todas as coisas
que causam tropeço e os que fazem o que é contra a lei”
Na
terminação dos “dias de Noé” podemos dizer que “foram os
anjos” que recolheram os animais até a arca, Noé apenas os
recepcionou.
Contudo
na interpretação de 1914, qual é a importância da frase dita por
Jesus:
“ até
o dia em que Noé entrou na arca, 39 e não fizeram caso”
“ até
o dia em que Noé entrou na arca,39 e não o perceberam” (Almeida)
“ até
o dia em que Noé entrou na arca; 39 e eles nada perceberam” (NVI)
A
interpretação conforme 1914 não dá nenhuma relevância à frase
“até o dia em que Noé entrou na arca, e não fizeram caso”
Será
que podemos desconsiderar arbitrariamente uma passagem Bíblica tão
rica em detalhes conforme descrito no capítulo 7 de Gênesis ? A
saber: O dia em Jeová ordena a Noé: “Entra na Arca” seguido do
trabalho conclusivo de Noé já com a permissão de residir na arca
bem como os sinais que ocorreram nesse período.
O
Fato é que Jesus forneceu uma descrição rica em detalhes de modo a
nos atentarmos até mesmo numa partícula de suas palavras. Jesus nos
orientou a não desconsiderar detalhes:
Mateus
5: 18 pois, deveras, eu vos digo que antes passariam o céu e a
terra, do que passaria uma só letra menor ou uma só partícula
duma letra da Lei sem que tudo se cumprisse.
Não
devemos levar em conta esse princípio ao considerar as
palavras proféticas de Jesus em Mateus 24:37-39 ?
Forjar
uma interpretação com base apenas nas seguintes palavras:
Mateus
24 37 “Pois assim como eram os dias de Noé, assim será a presença
do Filho do homem.”
E
assim induzir:
“os
dias de Noé” = “a presença do Filho do homem”.
Fazer
isso sem levar em conta todo o contexto bem como o registro Bíblico
do acontecimento, eqüivale então, com toda justiça, usar o texto
de João 10:30:
“ Eu
e o Pai somos um.”
A
fim de demonstrar que Jesus e Jeová são parte de uma Trindade,
fazendo-o sem levar em conta o resto das Escrituras e nem a conotação
da sentença. (De fato Jeová e Jesus não são parte de uma
Trindade)
Devemos
sempre manter nossa metodologia de interpretação Bíblica em todos
os nossos ensinamentos e não apenas quando nos interessa.
Portanto
se quisermos manter a harmonia com as Escrituras somos obrigados a
levar em conta todas as palavras de Jesus bem como todos os eventos
relacionados com “os dias de Noé”
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"Jerusalém...é a cidade do grande Rei"
Medite no seguinte: O que representa a "cidade de um grande Rei (Jeová)" ? Não representaria o Governo ou Reino deste Rei?
Em termos modernos, seria o mesmo que dizer: Mónaco é a cidade do rei.
O que representa a cidade de Mónaco? Representa o governo ou reino do rei de Mónaco - Albert II (http://en.wikipedia.org/wiki/Monaco)
Portanto quando Jesus diz que Jerusalém é a cidade do grande Rei Jeová, é porque Jerusalém representava o Reino de Jeová, representava o Reino de Deus na terra. Não é à toa que ela era chamada de "cidade santa" ou "lugar santo". (Mateus 4:5, Lucas 4:9, Mateus 27:53)
Portanto não é correto afirmar que o Reino de Deus deixou de ser representado na terra após 607 AEC como sugere o ensino de 1914. Muito pelo contrário, não devia-se nem jurar por Jerusalém, pois conforme Jesus ensinou-nos, naquela época, ela era a cidade do Grande Rei - a representação terrestre do Reino de Jeová
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